Durante as festividades do acendimento da tocha olímpica, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, afirmou estar engajado em uma 'diplomacia silenciosa' com a China nos casos do Tibete e outros assuntos de direitos humanos. Para ele, não há momento para boicote às Olimpíadas de Pequim.
"A maioria dos líderes políticos não desejam boicotar os Jogos Olímpicos. É o que disseram George Bush (presidente dos Estados Unidos), Nicolas Sarkozy (presidente da França) e Gordon Brown (Primeiro Ministro britânico), entre outros", afirmou Rogge, a respeito da repressão policial chinesa no Tibete nas últimas semanas.
O presidente do COI afirmou que vai se encontrar com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, para discutir os recentes distúrbios na Ásia. "Tenho uma série de pontos para discutir com ele e tenho certeza que ele tem algo para discutir comigo", afirmou.
"Não somos uma organização política, mas é nossa responsabilidade garantir que os atletas tenha os melhores Jogos que eles merecem', assegurou.
Rogge contestou as críticas que a situação dos direitos humanos na China deterioraram desde que o COI deu os jogos para Pequim, em 2001.
"Dar as Olimpíadas para a China foi colocar o país no centro das atenções, e abrir a discussão sobre os direitos humanos para o mundo. O Tibete está nas primeiras páginas dos jornais, e não estaria se os Jogos não fossem em Pequim", justificou.
A respeito das acusações da China sobre o líder espiritual tibetano, Dalai Lama, que estaria 'espalhando o terror' entre seus apoiadores, Rogge se esquivou.
"Eu não tenho mensagem para a China sobre esse assunto. Mas os Jogos Olímpicos de Pequim não podem ser realizados em uma atmosfera de violência. Estamos preocupados com o que está acontecendo no Tibete", afirmou.
A chama olímpica, acesa nesta segunda-feira, será transportada durante uma semana pela Grécia e será entregue no próximo dia 30 de março para os organizadores dos Jogos de Pequim.
"A tocha é um símbolo de paz, de unidade entre os povos do mundo e de trégua. Pedimos a todos que não usem a violência. Não acredito que a opinião pública aceitaria violência em um evento tão importante quanto esse. Seria contraproducente", finalizou Rogge.