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10/03/2008 - 08h50

Judô feminino vai para Pequim com time baseado em novatas

Bruno Doro
Em São Paulo
O judô feminino brasileiro deve levar às Olimpíadas uma delegação recheada de novatas, que podem comprovar a boa fase iniciada no Pan-Americano do Rio de Janeiro. No lugar de veteranas como Danielle Zangrando ou Vânia Ishii, as esperanças da primeira medalha olímpica de uma mulher no judô verde-amarelo chegam com jovens como a gaúcha Mayra Aguiar, de 16 anos, ou a piauense Sarah Menezes, de 17.

VETERANA X NOVATA POR VAGA
Crédito
Ouro no Pan, a santista Danielle Zangrando sofreu contusão e perdeu as duas lutas que disputou na Europa. Mesmo assim, ainda acredita em classificação para Pequim-08
Divulgação
Ketleyn Quadros teve desempenho melhor na Europa do que a rival. Reserva no ano passado, ela acredita que chegou a vez de ser titular do time brasileiro que vai à China
PIAUIENSE SUPERAR DESCONFIANÇA
HOMENS BRILHAM EM NOVA YORK
Quase uma veterana, após conquistar uma medalha no Pan e disputar o Mundial do Rio, Mayra é a judoca com os melhores resultados na temporada, entre homens e mulheres. Durante o processo seletivo para formação da equipe brasileira, composto por seis etapas da Copa do Mundo na Europa, ela foi a única que voltou campeã, com o ouro na etapa de Varsóvia.

"Eu sabia que um título como esse poderia acontecer na minha carreira, mas não tão breve. Sinto que evolui muito desde o ano passado, principalmente na parte tática. Os intercâmbios e treinos na Europa ajudaram muito a complementar o trabalho que faço no meu clube", explica a judoca.

As grandes novidades do time, porém, devem ser Sarah e a brasiliense Ketleyn Quadros, de 20 anos. As duas não estavam entre as favoritas pelas vagas, mas surpreenderam nas etapas européias. Sarah, por exemplo, foi a única judoca do primeiro grupo da seleção (os atletas foram divididos em dois grupos para disputar dois torneios cada) a voltar com uma medalha, o bronze em Budapeste.

"Eu sabia que poderia conquistar bons resultados, mas não imaginava que fosse para as Olimpíadas tão cedo", admite a piauiense, que se for confirmada no time, será a primeira judoca do estado nas Olimpíadas. Sua rival no peso ligeiro (- 48 kg) é a carioca Daniela Polzin, que não ganhou nenhuma luta na Europa.

A vaga de Ketleyn não é tão certa. Disputando lugar entre no peso leve, ela foi melhor do que a veterana Danielle Zangrando, primeira brasileira medalhista em um campeonato Mundial. Aos 28 anos, porém, a atleta santista se contundiu já na Europa e perdeu todas as suas lutas.

"Eu acho que a vaga é minha mas ainda tenho que esperar. Desde que comecei a lutar penso em Olimpíadas. Mas não só participar. Quero ser campeã", diz, confiante, a atleta que mudou em 2006 de Brasília para Minas Gerais. "Quando vim para Minas, foi a certeza que o judô seria minha profissão", completa.

O time de novatas se completa com Érika Miranda, de 20 anos. A mineira foi medalhista do Pan do Rio e quinta colocada no Mundial do ano passado e foi a primeira brasileira a garantir vaga nas Olimpíadas.

Além dela, Danielli Yuri, também medalhista do Pan, deve conseguir a vaga. A judoca paulista, de 24 anos, disputa com a veterana Vânia Ishii a vaga no meio-médio. As duas tiveram campanhas ruins na Europa, mas Yuri venceu uma luta, contra nenhuma da rival.

A única veterana do time deve ser Edinanci Silva. Aos 31 anos, a bicampeã pan-americana parte para sua quarta Olimpíada. Priscila Marques, uma Olimpíada no currículo, também deve ser titular do time, mas em sua categoria, a pesado, ela ainda tem de classificar o Brasil para os Jogos.

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