Lalas reforça críticas a comentário 'pesado' de Hope Solo após eliminação
Do UOL, em São PauloAs declarações da goleira da seleção feminina de futebol dos EUA, Hope Solo, após a eliminação nos Jogos Olímpicos de 2016 continuam repercutindo. Desta vez, quem reprovou o discurso da atleta foi Alex Lalas, ex-zagueiro da seleção masculina dos EUA.
A equipe feminina dos EUA deixou a Rio-2016 após ser eliminada pela Suécia nos pênaltis. Após o jogo, Hope Solo fez duras críticas às adversárias – segundo ela, “um bando de covardes”.
“Acho que nosso time mostrou que tem coração. Estou muito orgulhosa da minha equipe, mas também acho que jogamos contra um bando de covardes. O melhor time não ganhou hoje”, afirmou.
A declaração repercutiu negativamente, inclusive nos Estados Unidos. A técnica da Suécia, Pia Sundhage – que comandou a seleção dos EUA entre 2008 e 2012 – ironizou: “Estou indo para o Rio de Janeiro (para a semifinal), e ela está indo para casa”. E mesmo o presidente da US Soccer, Sunil Gulati, disse que “os comentários de Hope Solo após a partida foram altamente inapropriados”.
O tom foi semelhante ao adotado por Alexi Lalas. Em comentários à rede de TV americana FOX Sports 1, o ex-jogador disse que o termo “covardes” foi bastante exagerado, e só criou uma imagem negativa – não só a respeito de Hope Solo, mas também a respeito da equipe e do país.
“Eu discordo de Hope Solo. Vou defender até a morte o direito de os atletas expressarem suas opiniões, independente de concordarmos ou não. Neste caso, não apenas discordo do conteúdo do que ela disse, mas também da forma como ela disse. Ela mencionou a palavra ‘covardes’. É uma palavra pesada, especialmente no esporte”, disse Lalas, que foi além.
“Na Olimpíada, todo o país se reúne – independente se você gosta de futebol ou de qualquer esporte. Neste tipo de clima, dizer isso como representante do time, como representante do país… Foi aí que ela se meteu em problemas ao usar essa palavra”, completou.
Para o ex-jogador, o melhor que Hope Solo poderia ter feito após a eliminação seria reconhecer o mérito das adversárias. Segundo ele, a seleção feminina dos EUA é uma força a ser batida, e precisa entender os esforços de outras equipes em seus jogos.
“Não acho que a Suécia se retrancou, mas adivinhe, Hope Solo? Você é a goleira do melhor time do mundo, da atual campeã do mundo (2015), de uma força permanente”, disse. “Todas as outras equipes do mundo vão te desafiar, vão tentar te frustrar. Acontece com o Barcelona, aconteceu com a Espanha em sua incrível série de títulos. Mas você não escuta os jogadores deles chamando os adversários, mesmo que inferiores, de covardes. É o que acontece no futebol: ninguém tem a obrigação de se abrir – para Hope Solo ou para qualquer outra pessoa”, acrescentou.