Futebol

Presidente da US Soccer repudia comentário de Hope Solo após eliminação

Eugenio Savio/AP
Hope Solo foi amplamente criticada após reclamar da postura das suecas imagem: Eugenio Savio/AP

Do UOL, em São Paulo

A declaração dada pela goleira dos Estados Unidos, Hope Solo, não pegou bem após a eliminação de sua seleção da disputa pelo ouro no futebol nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Após perder a partida nos pênaltis, a polêmica goleira criticou a forma de atuar da seleção sueca e disse que as atletas eram “um bando de covardes”. A declaração gerou revolta de norte-americanos, suecos e amantes do esporte.

"Eu pensei que nós jogássemos um jogo corajoso. Tivemos muitas oportunidades para fazer mais gols. Acho que nosso time mostrou que tem coração. Estou muito orgulhosa da minha equipe, mas também acho que jogamos contra um bando de covardes. O melhor time não ganhou hoje. A Suécia não quis se abrir para jogar. Elas não queriam passar a bola, não queriam fazer um grande jogo. Foi uma partida combativa, muito física. Exatamente o que elas queriam e exatamente o que tinham traçado como plano de jogo. Elas tentaram jogar contra o nosso time com bolas longas. Acho que elas não vão longe no torneio. Penso que elas foram muito covardes, mas ganharam. Elas estão seguindo em frente, e nós estamos indo para casa", afirmou. 

Neste sábado (13), Sunil Gulati, presidente da US Soccer, entidade que controla o futebol olímpico, repudiou a declaração da atleta e disse que as palavras dela não representam a opinião e expectativa de todos.

"Embora nós estejamos muito desapontados com o resultado do jogo, os comentários de Hope Solo após a partida foram altamente inapropriados e não estão em linha com as expectativas do futebol norte-americano ou com os ideais do movimento olímpico”, declarou Sunil Gulati, em entrevista ao site norte-americano “Sports Illustrated”.

Treinadora sueca rebate declaração e norte-americanos pedem que goleira não represente mais o país

Após a declaração polêmica, a primeira pessoa a se manifestar foi a técnica sueca Pia Sundhage, que já trabalhou com a goleira durante os Jogos Olímpicos de Londres e Pequim. Em tom irônico, a treinadora usou parte da declaração de Hope para rebater o comentário. 

“Eu não ligo a mínima”, disse a treinadora. “Estou indo para o Rio de Janeiro (para a semifinal), e ela está indo para casa”, provocou.

Já neste sábado, diversos jornais americanos repercutiram a declaração de Hope e avaliaram que a atleta não teve atitude condizente com a sua história olímpica, já que a seleção dos Estados Unidos buscava seu terceiro ouro nos Jogos do Rio de Janeiro. A colunista do USA Today, Nacy Armour, foi uma das mais ácidas na crítica, sugerindo inclusive que Hope Solo não deveria mais representar os Estados Unidos.

"Os comentários de Solo não foram condizentes nem com uma estrela americana, nem com uma atleta olímpica. Ela nunca deveria usar o uniforme dos EUA novamente. Não há dúvida de que ela é a melhor goleira de futebol, de agora e talvez de sempre. Mas a sua propensão para as más escolhas, tanto em palavras como em atos, faz dela um representante horrível para os Estados Unidos”, disse.

No Los Angeles Times, uma coluna de Bill Plashcke segue a mesma linha com o seguinte título: “Declarações de Solo mostram que os Jogos Olímpicos nem sempre trazem o melhor”. Fazendo uma comparação com a conquista de Simone Manuel e sua alegria genuína por ganhar a medalha de ouro na natação, o articulista não deixa barato para a goleira.

“Tudo começou com uma perda, de jogo e de dignidade, de uma goleira sem classes que nunca deveria estar nessa equipe olímpica. Hope Solo deveria ter sido tirada há muito tempo por, entre outras coisas, uma acusação de violência doméstica que ainda está em processo. Mas o futebol dos EUA precisava dela para ganhar a Copa do Mundo passada, e agora está pagando o preço por precisar dela novamente’, completou.

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