Olimpíadas 2016

Desempenho ruim faz natação do Brasil mudar discurso e valorizar finais

Dominic Ebenbichler/Reuters
Fratus foi o sexto colocado na prova final dos 50 m livre da Rio-2016 imagem: Dominic Ebenbichler/Reuters

Fabio Aleixo e Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

A natação do Brasil ainda tem duas finais a disputar na Rio-2016, mas são escassas as chances de pódio do revezamento 4x100 m medley masculino ou de Etiene Medeiros, 25, nos 50 m livre. O país não encerra uma participação olímpica na modalidade sem obter medalhas desde Atenas-2004, e a meta estabelecida pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) era obter ao menos uma láurea neste ano. Com poucas perspectivas de cumprir isso, o país acabou transformando o discurso e já usa o número de decisões como bandeira de evolução.

Com a inclusão de Etiene na prova que decidirá os 50 m livre, o Brasil chegou a sete finais na natação da Rio-2016. É um recorde histórico para o país – anteriormente, o melhor rendimento havia sido registrado em Pequim-2008, quando os representantes nacionais da modalidade somaram seis finais.

“É muito difícil fazer uma análise no meio do jogo, mas tivemos uma evolução em alguns aspectos, como o número de finais”, disse Ricardo de Moura, diretor-executivo da CBDA.

A valorização do número de finais é uma espécie de paliativo para a entidade a fim de evitar tratar a Rio-2016 como frustração. Nas duas últimas edições de Jogos (Pequim-2008 e Londres-2012), o país somou quatro medalhas (duas em cada).

No Rio de Janeiro, as duas maiores apostas de pódio em análises de CBDA e COB (Comitê Olímpico do Brasil) eram o revezamento 4x100 m livre, que terminou no quinto lugar, e o velocista Bruno Fratus, 26, sexto colocado nos 50 m livre. Havia outras possibilidades, como Marcelo Chierighini (oitavo nos 100 m livre), Thiago Pereira (sétimo nos 200 m medley) ou os dois representantes locais nos 100 m peito (João Gomes Júnior foi o quinto, e Felipe França, o oitavo), mas nenhuma das apostas vingou.

“É uma geração que está surgindo, nova, que lembra um pouco Atenas-2004. Coincidiu que isso aconteça no Rio de Janeiro”, ponderou Ricardo de Moura.

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