Olimpíadas 2016

Com 4 medalhas, Brasil tem início pior na Rio-2016 do que em Londres-2012

Gustavo Franceschini e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

Após sete dias de Jogos, o Brasil tem menos medalhas no Rio-2016 do que em Londres-2012 no mesmo período. São quatro desta contra seis da última Olimpíada no mesmo período, o que se explica pelo desempenho abaixo do previsto no judô e na natação. Esse cenário mostra que a delegação nacional precisará de uma reação para atingir o top 10 no quadro geral prometido pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro).

O último ciclo olímpico foi marcado por um investimento inédito do governo federal, incluindo dinheiro de patrocínio de estatais, recurso direto e bolsas a atletas. O próprio COB reconhece que pôde bancar uma preparação como nunca antes realizada. Mais, o fator casa costuma empurrar o país-sede com aumento de medalhas.

Só que até agora o Brasil obteve um ouro, uma prata e dois bronzes. Desses pódios, três foram obtidos no judô e um no tiro esportivo. Pelo total de medalhas, critério adotado pelo COB, o país está em 22º, mesma posição por número de ouros. Após sete dias de Jogos, o país tinha seis pódios em Londres-2012. Era um ouro, uma prata e quatro bronzes. Sua posição era pior no quadro: 24º lugar por ouros.

A diferença é que o judô - maior fonte de medalhas do Brasil - teve quatro premiações naquela edição. Na Rio-2016, esse número caiu para três encerradas as competições. O mesmo ocorreu na natação, em que o Brasil faturara pódios com César Cielo e Thiago Pereira e até agora nada. De agora em diante, a única chance real é na maratona aquática, com Ana Marcela, Poliana Okimoto e Allan Carmo. Em comparação com Pequim-2008, o Brasil está levemente superior. Naquela edição, também eram quatro medalhas até o sétimo dia de competição, mas todos foram bronze.

As quedas são golpes duros na delegação brasileira. Nos últimos dois ciclos olímpicos, judô e natação só não trouxeram mais medalhas ao país que o vôlei. Para bater a meta, era importante que os atletas das duas modalidades conseguissem, no mínimo, manter o nível em relação a ciclos anteriores.  

Se igualar o número de medalhas de Londres-2016, quando foram 17, o Brasil não deve conseguir atingir a meta de ser top 10. O próprio COB estima que há a necessidade de um número entre 25 e 28 pódios. Esse total dependerá de quanto for pulverizada a distribuição de premiações por países.

De qualquer forma, a projeção para a segunda semana da Olimpíada também sofreu abalos. O vôlei de praia, aposta de quatro medalhas certas, teve uma primeira fase instável, com três das quatro duplas tropeçando. O futebol masculino, outro pódio dado como garantido, também passou raspando pelos grupos.

Para recuperar o terreno perdido nos tatames e piscinas, alguns são esportes são chave. Neste fim de semana, a vela começa a ser decidida e o Brasil espera bons resultados de Robert Scheidt e da dupla Martine Grael e Kahena Kunze. Na canoagem, Isaquias Queiroz pode trazer até três pódios e decepcionará se terminar a Rio-2016 sem nenhum. Até agora, a única medalha que pode ser dada como certa vem do boxe: na última sexta, Robson Conceição venceu sua segunda luta, avançou à semifinal e garantiu ao menos o bronze. Para ser top 10, no entanto, o país precisará de mais do que isso.  

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