! Cachorros acalmam a equipe de natação norte-americana antes da Rio-2016 - 01/07/2016 - UOL Olimpíadas

Olimpíadas 2016

Cachorros acalmam a equipe de natação norte-americana antes da Rio-2016

Guilherme Costa

Do UOL, em Omaha (EUA)

Uma dose de fofura marca a seletiva de natação dos Estados Unidos para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Baseado em estudos sobre a influência de animais de estimação para controlar ansiedade, o Usoc (Comitê Olímpico norte-americano, na sigla em inglês) colocou cachorros na área de aquecimento dos atletas em Centurylink Center, em Omaha. Tudo para acalmar tensão e emoções afloradas, características comuns no ambiente de qualquer competição.

São animais treinados e certificados, que fazem parte de um programa chamado Therapy Dogs (Terapia de cachorros, em tradução livre), desenvolvido na segunda metade do século 20 por uma enfermeira norte-americana chamada Elaine Smith. Fornecidos gratuitamente por uma ONG chamada Domesti-Pups, os bichinhos são acompanhados por seus donos e ficam à disposição dos atletas.

“Eu li alguns estudos sobre como brincar com cachorros e olhar nos olhos deles pode ajudar a relaxar e aliviar questões como estresse e ansiedade”, contou Morgan Weinberg, gerente de programas e serviços do Usoc, em entrevista ao UOL Esporte. “Eu estava encarregada do lounge dos atletas e procurava algo divertido e engraçado para colocar ali. Como sou uma grande fã de animais, pensei nos Therapy Dogs”, completou.

A presença dos cachorros na área de aquecimento mudou a dinâmica de uma série de atletas antes das competições. Nadadoras como Jessica Hardy e Dana Vollmer trocaram parte de seus processos de concentração por alguns minutos de brincadeira e carinhos nos animais, por exemplo. Kacey Oberlander também aproveitou a novidade de interagir com os cachorros – o Usoc jamais havia oferecido algo similar em uma competição. “Isso acalma demais. Vê-los brincando ajuda demais a tranquilizar um ambiente que é naturalmente tenso”, explicou a atleta.

“Criamos um bom ambiente”, corroborou Morgan. “O feedback tem sido extremamente positivo, e todos os atletas têm se sentido muito bem com os cachorros”.

A gerente do Usoc citou um caso específico para exemplificar o quanto os cachorros têm sido eficazes. Segundo ela, uma nadadora passou 20 minutos com os animais antes de uma das provas da seletiva. Foi para a piscina, fez o melhor tempo da vida e voltou dizendo que pretende fazer da terapia algo frequente em sua rotina pré-competição. “Todo mundo quer brincar com eles. Os que não mexem ao menos dão um sorriso quando passam pelos cachorros. Espero que tenhamos boas histórias sobre isso para contar depois da seletiva”, disse a funcionária do comitê.

No total, 30 cachorros convivem com os atletas em Omaha. Eles são organizados em turnos de quatro ou cinco animais e ficam à disposição dos nadadores antes de todas as provas da seletiva. A qualificação é a única chance dos Estados Unidos para formação do time que representará o país nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. O Usoc ainda não tem planos de repetir no Rio de Janeiro a terapia com cachorros. “Mas seria incrível se isso acontecesse. Espero que os resultados ajudem”, ponderou Morgan.

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