Velocista da Somália aplaudida em Pequim morre em travessia de barco e perde Londres-2012

Das agências internacionais

Roma (ITA)

A Somália, país sem muita tradição no atletismo de velocidade, poderia ter tido mais uma representante nos Jogos Olímpicos de Londres-2012. A jovem Samia Yusuf Omar, que disputou os 200 m na Olimpíada de Pequim-2008 e ficou em último, mas foi aplaudida ao terminar a prova, até tentou disputar a edição deste ano dos Jogos. No entanto, ela morreu quando tentava chegar até a Itália em uma viagem em um barco clandestino, pondo fim a uma promissora carreira e comovendo o mundo do esporte.

Samia, que disputou os Jogos de Pequim-2008 com apenas 17 anos, foi a porta-bandeira de seu país naquela ocasião. Ela disputou os 200 m e chegou com 10s de desvantagem para as sete rivais de sua bateria, ficando marcada naquela edição da competição. No entanto, ela chegou a participar do Campeonato Africano em 2008 nos 100 m rasos e aparecia como uma esperança do país para o futuro.

Apesar disso, a jovem somali sofria com a falta de condições para manter a carreira de velocista. Por conta disso, no último verão africano ela decidiu viajar para a Itália, onde teria mais estrutura para treinar. Apesar disso, ela não chegou a ter essa oportunidade, morrendo durante a travessia de barco realizada pelo mar Mediterrâneo até o país europeu.

O técnico da velocista, Mustafa Abdelaziz, confirmou a morte de sua pupila após a chegada do barco até a Itália. “Os sobreviventes da viagem nos deram uma lista de pessoas que faleceram durante a travessia e o nome dela estava lá. Ficamos gelados. Sabíamos que a viagem ao Ocidente era perigosa, mas não imaginávamos que ela seria uma de suas vítimas”, contou, em entrevista ao diário italiano Corriere Della Sera.

Samia, que chegou a praticar natação e basquete, era apaixonada por atletismo. Sua mãe chegou a vender um terreno para arrecadar fundos para a carreira de velocista da filha, financiando o sonho dela de ter uma carreira profissional. Com o pai morto pelos conflitos de guerra na Somália, ela era a mais velha de seis irmãos, tendo falecido aos 20 anos e sem ter a chance de, provavelmente, portar a bandeira de seu país pela segunda vez na carreira em uma edição de Jogos Olímpicos.

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