Brasileiros importam comportamento de Copa e dividem verde e amarelo com camisa de time

Bruno Freitas, Gustavo Franceschini e José Ricardo Leite

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • REUTERS/Marcelo Del Pozo

    Torcedores do Flamengo exibem protesto contra Patricia Amorim após final do vôlei de praia

    Torcedores do Flamengo exibem protesto contra Patricia Amorim após final do vôlei de praia

Uma bandeira da Ponte Preta tremula bem ao lado de uma da China na arena de basquete durante um dos jogos da seleção masculina nos Jogos de Londres. Gremista e colorado exibem a camisa e boné de seus times numa tarde de jogos de tenistas brasileiros em Wimbledon. Estes são apenas dois de muitos exemplos de um comportamento típico dos torcedores do país, mais comum em Copas do Mundo, mas presente na Olimpíada que acaba neste domingo com mais força do que nunca.

  • Bruno Freitas/UOL

    Torcedores de Grêmio e Inter exibem sua paixão em um dia de tênis olímpico em Wimbledon

  • Flavio Florido/UOL

    Torcedor exibe bandeira da Ponte Preta durante a semifinal masculina do vôlei entre Brasil e Itália


Não é comum ver outro fã do esporte que não seja o brasileiro levar símbolos de clubes ou referências tão internas de seu país ao ambiente olímpico. Nos Jogos de Londres, este comportamento se restringiu à torcida verde-amarela, mas não apenas aos clubes mais conhecidos. Bandeiras de Paysandu, Náutico, Criciúma, Botafogo de Ribeirão Preto e diversos outros times considerados menores também dividiram espaços com os torcedores de potências olímpicas como Estados Unidos e Rússia.

Nem mesmo os anfitriões dos Jogos, que acompanharam em milhares as diversas modalidades do programa olímpico, desfilaram pelas arenas com camisas dos queridinhos locais Manchester United, Chelsea ou Liverpool.

Pelo contrário, os britânicos não perderam a chance de ostentar seu patriotismo aos olhos do mundo das maneiras mais variadas. De crianças a idosos, os anfitriões demonstraram um apego obsessivo pela bandeira da nação, apresentada de formas diversas, em roupas, acessórios, pinturas de rosto e até decoração de unhas.

Com os brasileiros, as manifestações clubísticas dividiram espaço com os incentivos mais patrióticos. Na eliminação do basquete masculino, por exemplo, em derrota para a Argentina, um torcedor aproveitou alguns instantes de silêncio na arena O2 para exclamar o ilustre bordão: "vai, Corinthians". O comportamento de estádio de futebol contaminou espaços de outras modalidades. No vôlei, em mais de uma oportunidade o ginásio se encheu de vaias quando um corintiano apareceu no telão com um adereço do campeão da Libertadores.

Na final masculina do vôlei de praia, a tradição brasileira virou mal-estar quando torcedores do Flamengo se manifestaram durante a cerimônia de medalhas, com os brasileiros Emanuel e Alison no pódio com a prata. Os rubro-negros em questão tiveram uma bandeira bem atrás dos atletas retirada pela organização e ainda precisaram esconder uma faixa de protesto contra a presidente do clube, Patrícia Amorim.

Enquanto isso, quem procura souvenires de futebol em passeio por Londres tem dificuldade. Em tempos de Olimpíada, as camisas dos times locais andam quase escondidas nas lojas, bem como os rostos dos famosos jogadores do país nos grandes jornais.

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