Brasil fica só em 7º na final do 4x100 m, e atletas desabafam; EUA quebram recorde mundial de 26 anos

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

  • EFE/Alberto Estévez

    Rosangela Santos dispara após receber o bastão de Evelyn dos Santos no 4x100 m

    Rosangela Santos dispara após receber o bastão de Evelyn dos Santos no 4x100 m

Com sentimentos distintos, a equipe do Brasil terminou a final do 4x100 m nos Jogos Olímpicos de Londres apenas na sétima posição e viu de perto uma das vitórias mais marcantes do evento. Se o time brasileiro tivesse repetido o tempo da semi, ficaria na quarta colocação. A prova foi vencida pelo quarteto dos EUA, que quebrou um dos recordes mundiais mais antigos do atletismo. Jamaica e Ucrânia completaram o pódio.

RECORDE PARA OS EUA

  • AP Photo/Morry Gash

    Com o tempo de 40s92, os EUA superam um recordes que durava 26 anos, 10 meses e 4 dias. Em 6 de outubro de 1985, na extinta Copa do Mundo de atletismo, em Canberra, na Austrália, a equipe da também extinta Alemanha Oriental, formada por Silke Gladisch, Sabine Rieger, Ingrid Auerswald e Marlies Göhr, havia registrado 41s37.

    O recorde olímpico também pertencia a Alemanha Oriental e era ainda mais antigo: em 1º de agosto de 1980, nos Jogos de Moscou, Romy Müller, Bärbel Wöckel, Ingrid Auerswald e Marlies Göhr correram em 41s60.

Logo após a prova, Rosângela Santos mostrou seu descontentamento com o desempenho da equipe. "Infelizmente não deu. Não tem como pensar na passagem porque estou concentrada na minha prova. Tem que ver com o técnico agora", desabafou a responsável por fechar a prova, em entrevista ao “SporTV”.

"Acho que a gente tem que ser madura e profissional 24h, não só na hora que ganha. A gente tem que ser sempre. Se a gente errou, foi o time que errou", afirmou Evelyn Carolina dos Santos, a terceira brasileira a correr.

As câmeras de TV flagraram uma conversa ríspida entre as atletas ao fim da disputa. Ainda sentadas na pista, Evelyn falou com as companheiras de prova. "Você deu o seu melhor? Você deu o seu melhor? Você deu o seu melhor? Então, acabou", disse, apontando para as outras brasileiras na prova.

"Achei que fiz uma boa corrida, mas tem que ver a corrida na TV. Não tem o que fazer, hoje foi a prova mais forte da história", disse Ana Cláudia Lemos, responsável por abrir a disputa. Franciela Krasucki também minimizou. "Saio daqui com a sensação de dever cumprido. Saímos satisfeitas, porque todas deram o máximo."

Na quinta-feira, na semifinal, o time brasileiro havia quebrado o recorde sul-americano, com 42s55. Se repetisse o tempo na final - fez 42s91 -, terminaria na quarta posição. A marca anterior era de 42s85, conquistada nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011, à época, com Vanda Gomes no lugar de Evelyn.

Além do recorde para os EUA, Jamaica e Ucrânia decretaram novos recordes nacionais, com 41s41 e 42s04, respectivamente. A Nigéria fez sua melhor marca na temporada com 42s64 para acabar em quarto. Alemanha, com 42s67, e Holanda, 42s70, também ficaram à frente do Brasil. A equipe de Trinidad e Tobago não terminou a prova.

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