Boxe cubano faz dois finalistas e mantém chance de reação após "ouro zero" de Pequim
Bruno Freitas
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
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AP Photo/Patrick Semansky
Roniel Iglesias (de vermelho) garantiu vaga na final ao derrotar o italiano Vincenzo Mangiacapre
Se por um lado o Brasil celebrou nesta sexta-feira a classificação inédita de um atleta para a final olímpica do boxe, Cuba também teve sua pequena celebração particular na maratona de semifinais do dia. Dos quatro pugilistas do país em ação, representando uma das escolas de boxe mais celebradas do mundo, dois conseguiram se classificar para a decisão do ouro nos Jogos de Londres.
Nas últimas décadas o boxe foi um dos nichos de medalhas do esporte cubano em Olimpíadas. No entanto, a campanha em Pequim há quatro anos registrou o primeiro desempenho sem ouros do país desde os Jogos de 1972, em Munique. Na China, os pugilistas da ilha de Fidel Castro ganharam quatro pratas e quatro bronzes.
Em Londres este número de medalhas já cai pela metade, com quatro (dois bronzes assegurados e mais duas finais). Agora Cuba tenta pelo menos não passar sem ouros, como aconteceu no fiasco de 2008 em Pequim.
Pela tarde nesta sexta, Lazaro Alvarez Estrada caiu diante do irlandês John Joe Nevin na semifinal da categoria até 56 kg, por 19 a 14. A vitória veio com Roniel Iglesias (até 64 kg), algoz do brasileiro Everton Lopes na Olimpíada, com êxito sobre o italiano Vicenzo Mangiacapre por 15 a 8.
"Me sinto feliz de ter sido campeão duas vezes na Europa. Estou na Olimpíada porque queria muito a medalha de ouro, mas não foi possível. Fico com o bronze. Mas fico feliz de representar Cuba desta maneira", lamentou Alvarez Estrada após a derrota desta sexta.
A sessão noturna para os cubanos começou com o show de Robeisy Ramirez Carrazana diante do irlandês Michael Conlan na categoria até 52 kg, com vitória de 20 a 10.
Mas Yasnier Toledo López não conseguiu ampliar o número de finalistas do país, com o revés diante do ucraniano Vasyl Lomachenko (14 a 11) em combate da categoria até 60 kg.
Na rica história cubana em Jogos Olímpicos, destaques para os tricampeões Teofilo Stevenson (1972, 76 e 80), morto há alguns meses com 60 anos, e para Felix Savón (1992, 96 e 2000).
Em Londres o primo de Savón esteve em ação representando Cuba, mas não conseguiu ajudar o país em sua retomada de medalhas. Erislandy Savón Cottila foi derrotado na primeira rodada pelo britânico Anthony Joshua e saiu reclamando de favorecimento da arbitragem aos donos da casa.