Alemães confirmam status de carrascos e voltam a impedir título para novato Alison
Bruno Freitas
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
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Flavio Florido/UOL
Alison e Emanuel se lamentam após a derrota para dupla alemã na decisão dos Jogos de Londres
Se por um lado a derrota na final do vôlei de praia em Londres impediu que Emanuel entrasse no clube dos bicampeões olímpicos, por outro Alison vai continuar olhando para os alemães Julius Brink e Jonas Reckermann como carrascos. Com a prata no pescoço, o brasileiro de 26 anos volta a lembrar do vice-campeonato mundial de 2009.
Na oportunidade, Alison atuava ainda ao lado de Harley e conseguiu chegar à decisão do Campeonato Mundial da Noruega, em Stavanger. Brink e Reckermann venceram na oportunidade por 2 sets a 0, com parciais de 21-16 e 21-19. Neste ano Alison vivia grande momento no circuito mundial e liderava o ranking masculino ao lado de seu antigo parceiro.
Alison trocou Harley por Emanuel no fim de 2009 e fez a estreia ao lado de Emanuel, o atual parceiro, no começo do ano seguinte, na etapa de Caxias do Sul do circuito brasileiro. Antes disso os vice-campeões olímpicos já haviam disputado juntos uma etapa do circuito mundial, em Gstaad, na Suíça, em 2008. Na época, Ricardo desfalcou a dupla com Emanuel em razão de uma lesão.
Alison e Emanuel treinam na praia do Leme no Rio de Janeiro orientados pela técnica Letícia Pessoa, antiga mentora da carreira da dupla Adriana Behar e Shelda (prata nos Jogos de Sydney e Atenas). A expectativa é que os medalhistas brasileiros dos Jogos de Londres atuem juntos por pelo menos mais uma temporada. "Foi o jogo mais importante da minha carreira. Eram 15 mil pessoas gritando aqui, mais 190 milhões no Brasil. Agora é levantar a cabeça e sair daqui sabendo que trabalho foi bem feito. Eu imaginava sair daqui com uma medalha de ouro. Nunca imaginei jogar ao lado de um monstro como o Emanuel e é muito triste não poder dar a ele esse ouro. Ele é como um irmão, aprendo com ele diariamente", elogia Alisson.
Aos 39 anos, Emanuel disse durante a Olimpíada que pretende pensar entre aposentadoria e sequência da carreira somente em 2013. "Eu gosto muito de Olimpíada. É um prazer representar o seu país, sentir essa energia positiva. Todo mundo torce por você. Mas não sei o que vai acontecer [até o Rio-2016]. Vou curtir bastante essa conquista, porque é uma medalha que a gente produziu em três anos de muito trabalho. Essa medalha não é conquistada, mas produzida com muito suor", disse Emanuel.