Bolt supera temporada de lesões e vai à final dos 100 m com terceiro tempo

Do UOL, em São Paulo

  • AFP PHOTO / OLIVIER MORIN

    Usain Bolt (c) disputa a semifinal entre o britânico Dwain Chambers (e) e o chinês Su Bingtian

    Usain Bolt (c) disputa a semifinal entre o britânico Dwain Chambers (e) e o chinês Su Bingtian

Muitos duvidavam de Usain Bolt. Mas neste domingo, na semifinal dos 100 m rasos, ele provou que pode repetir o que fez há quatro anos. Apesar de um ano marcado por lesões, o homem mais rápido do mundo se classificou para a final dos 100 m rasos em Londres-2012 com a marca de 9s87, a terceira melhor entre os finalistas. Ele venceu sua bateria semifinal, mas com tempo inferior aos marcados pelo campeão olímpico de 2004, o norte-americano Justin Gatlin, e atual campeão mundial, Johan Blake. A final será ainda neste domingo, às 17h50.

OS NÚMEROS DE USAIN BOLT

  • AP

    Recordes mundiais:

    100 m rasos - 9s58 em 2009
    200 m rasos - 19s19 em 2009

    Recordes olímpicos:

    100 m rasos - 9s69 em 2008
    200 m rasos - 19s30 em 2008

    Títulos:

    Campeão olímpico dos 100 m, 200 m e 4x100 m em 2008
    Campeão mundial dos 100 m, 200 m e 4x100 m em 2008

     

Antes da largada, Bolt mostrava a descontração de sempre. Mandou beijinhos, simulou golpes de boxe e fez brincadeiras. Largou bem e só administrou a prova, diminuindo a velocidade no final. O segundo colocado na bateria, e também classificado, foi o norte-americano Ryan Bailey, com 9s96.

Na bateria anterior, Gatlin já tinha marcado o melhor tempo da semifinal, com 9s82, e levando Churandy Martina, com 9s91, para a final. Ex-recordista mundial, Asafa Powell correu ao lado da dupla, fez 9s94, e só se classificou pelo índice técnico - vão para a final os dois primeiros de cada bateria e os outros dois melhores tempos. O outro a se classificar assim foi Richard Thompson, de Trinidad e Tobago, com 10s02, que correu na segunda bateria.

Os últimos classificados saíram na terceira prova. Foi a vez do maior rival de Bolt, seu companheiro de treino Blake, entrar em cena. O jovem também passou com facilidade, com 9s85. O outro classificado da bateria foi Tyson Gay, com 9s90.

Desde o início do ano, dúvidas sobre os problemas físicos do corredor foram levantadas. O jamaicano desistiu de uma série de provas em sequência. Dores nas costas impediam que ele repetisse performances que o levaram a ser recordista mundial com 9s58. Na seletiva de seu país, não brilhou. Johan Blake, o jovem campeão mundial de 2008, o derrotou em suas duas provas, os 100 m e os 200 m rasos. Depois, também anunciou que estava com uma lesão muscular na panturrilha.

E o corpo não foi o único desafio que o deixava em xeque. Desde 2008, o jamaicano é massacrado com críticas contra sua saída. "É lenta", "obriga muita força para recuperação", "uma hora não vai dar para compensar". Ele e seu técnico Glenn Mills trabalharam com isso durante todo o ciclo de Londres-2012.

No Mundial do ano passado, em Daegu, os problemas apareceram. Na semifinal, ele queimou sua largada e foi eliminado - abrindo caminho para que seu colega de treino e principal rival, Blake, virasse campeão mundial. Há três meses, porém, esses esforços pararam. Mills e Bolt admitiram a derrota. Já que sua melhor parte na prova eram os 50 metros finais, a saída era trabalhar essa parte a exaustão. Até agora, foi suficiente.

Ele entra na final dos 100 metros rasos como favorito. Os jamaicanos podem manter o título e, como no feminino (em que Shelly-Ann Fraser-Pryce conquistou o bicampeonato na prova feminina dos 100m), seguir sendo o país mais rápido das pistas de atletismo. Mas os EUA também podem retomar a hegemonia perdida em 2008. Dois membros da equipe, Justin Gatlin e Ryan Balley, por exemplo, já mostraram que não estavam de brincadeira e se tornaram os primeiros homens da história a correr uma eliminatória dos 100 m rasos em menos de dez segundos.

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