Mayra ainda sofre com dores após o bronze e teme aumento do inchaço no voo para o Brasil
José Ricardo Leite
Do UOL, em Londres (Inglaterra)
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José Ricardo Leite/UOL
Judoca Mayra Aguiar exibe mãos; o braço esquerdo está muito inchado
A conquista da medalha de bronze na base de analgésicos e bandagem ainda rende muitas dores na judoca brasileira Mayra Aguiar, que disse não ter realizado ainda exames de ressonância magnética após sua lesão no braço esquerdo antes do combate decisivo nos Jogos de Londres
Mayra mostrou neste sábado seus dois braços inchados e disse que somente no Brasil é que vai saber qual a gravidade da lesão que sofreu na luta semifinal, contra a americana Kayla Harrison.
MAYRA SUPEROU RIVAL LESIONADA
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Mayra teve que ir para o tudo ou nada contra holandesa e decidir rapidamente o combate
“Tenho muita [dor], muita. Ainda não fiz exames, não deu tempo, não paramos. Acho que dormi quatro horas desde que lutei, realmente não tive tempo. Achei que fosse fazer agora, mas não deu certo. Só no Brasil mesmo”, falou.
Ela demonstrou certo receio ainda pelo fato de viajar com os braços inchados e que eles possam aumentar no voo de volta para o Brasil. Ela embarca ainda neste sábado para o país.
“Vou chegar no Brasil e já ver isso logo. Estou com medo de inchar no avião, pois lá costuma inchar mais. Vai ter médicos lá, então isso que me deixa um pouco mais tranquila”, falou.
Mayra foi finalizada na luta semifinal ao levar uma chave de braço. Bateu e pediu o fim da luta, por desistência. Depois, ainda tinha que disputar o bronze contra a holandesa Marhinde Verkerk. Foi uma para uma tática de tudo ou nada e mesmo com os braços lesionados, conseguiu a vitória em 1min29 e aplicou um ippon.
Ela disse que na hora se lembrou de momentos delicados em que treinou lesionada e que todos os judocas se juntaram para dar palavras de apoio.
“A gente treina bastante assim e até brincamos que se o atleta não está sentindo nada, é porque não está treinando direito. Mas essa foi demais, estava realmente bem machucada. Mas colocamos na cabeça de sempre se superar”, falou.
“Lembrei de todas as vezes que treinei machucada e sentindo dor, que eu sabia que eu podia ir além e tive muita ajuda do pessoal. O Leandro Guilheiro falou pra mim que medalha olímpica não tinha cor. Eu pegava todas aquelas pessoas e pegava uma energia boa pra cima de mim. Todos eles falaram bastante, foi muito bom.”