Após recorde, EUA pecam nos arremessos e sofrem para vencer a Lituânia
Do UOL, em São Paulo
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Mike Segar/Reuters
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Os EUA venceram, mas quem assistiu à partida para ver uma chuva de cestas acabou decepcionado. A seleção norte-americana encontrou um rival de peso, que se empenhou na defesa e ameaçou o Dream Team até dois minutos para o fim do jogo. O resultado foi uma vitória por 99 a 94 sobre a Lituânia.
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O jogo foi mais difícil do que vocês previam?
Foi um bom jogo. Mostramos que podemos vencer as partidas em mais de uma maneira. Quem está em uma competição como essa precisa ser testado. Sabemos que nenhum time é imbatível e, se você não vier preparado para isso, vai perder. A Lituânia jogou uma partida incrível.
Você foi fundamental no fim do jogo, pontuando muito. Foi uma mudança de postura?
Eu estou aqui para fazer o que o time precisa. Mas sei que posso pontuar. É bom que eu tenha tido essa oportunidade no fim do jogo hoje. Eu adoro essas situações em que cada cesta é fundamental. É quando eu me sinto mais animado para jogar.
A defesa foi um problema?
Nós jogamos bem, mas precisamos falar mais. Temos de gritar, marcar melhor o pick and roll. As infiltrações não preocupam tanto. Viemos de um jogo histórico e hoje a defesa foi muito mais importante. Tínhamos de marcar e arremessar melhor e sabíamos disso.
O jogo em nada se pareceu com os 156 a 73 contra a Nigéria, em que os EUA marcaram o recorde de pontos em um jogo dos Jogos Olímpicos – que era do Brasil, com 138 em 1988. Se os nigerianos se contentaram em observar os ataques norte-americanos, os lituanos usaram toda a sua experiência para dificultar, ao máximo, as cestas rivais e usaram as deficiências americanas a seu favor.
Além disso, as bolas de três do time de Coach K (Mike Krzyzewski) pararam de cair. Contra a Nigéria, foram 69% de acertos (29 de 46). Contra a Lituânia, esse nível caiu para 30% (10 de 33). Para piorar, nem os lances livres caíram – a Lituânia fez o máximo de faltas que conseguiu para aproveitar isso, fazendo o time dos EUA arremessar 31 lances livres. Em um momento do terceiro quarto, o time tinha menos de 60% de aproveitamento (terminou com 61%).
A Lituânia, então, passou a acreditar. Com o ala Linas Kleiza inspirado e Jasikevicius e Poncius ditando o ritmo, os europeus se mantiveram sempre próximos no placar, algumas vezes, inclusive, virando. O time chegou a ter 65 a 64 no terceiro período e empatou o jogo em 67 a 67.
Quando o último período começou, os EUA tinham 78 a 72 de vantagem. Coach K, então, mandou para quadra seus jogadores mais talentosos: Paul, Bryant, Durant, Anthony e James. Isso mesmo, sem pivôs. Os europeus aproveitaram que as bolas americanas não caíram e apostaram nas infiltrações. Com isso, chegaram a 80 a 79, um ponto atrás – viraram para 82 a 80, ironicamente, com um arremesso de três de Kleiza (que ainda perdeu outro chute de três livre que poderia deixar sua equipe cinco pontos na frente).
A dois minutos finais, porém, os EUA abriram no placar, chegando a nove pontos, graças ao jogo de defesa forte e contra-ataques - o maior exemplo disso foram os 23 erros lituanos e os 17 roubos de bola americanos. “Era um jogo de dois pontos, mas quando você perde a bola, passa a ser um jogo de quatro pontos. E você nem teve a oportunidade de tentar o arremesso. Isso mudou o jogo. É uma derrota, mas fizemos uma grande partida. O plano para enfrentar os EUA foi perfeito e quase vencemos", lamentou o pivô Darius Songaila. No fim das contas, vitória por 99 a 94.