Família esconde, por mais de um ano, morte de avós de campeã olímpica

Do UOL, em São Paulo

  • EFE/DENNIS M. SABANGAN

    Wu Minxia, medalhista de ouro no trampolim de 3 metros

    Wu Minxia, medalhista de ouro no trampolim de 3 metros

Medalhista de ouro no trampolim de três metros, a chinesa Wu Minxia recebeu notícias muito ruins assim que foi comemorar a conquista. Ao conversar com os pais, ela descobriu que dois de seus avós estavam mortos. O detalhe: a família guardou o segredo por mais de um ano, para não atrapalhar a preparação da atleta.

O segredo, porém, não era o único que a família guardava. Há anos sua mãe luta contra câncer no seio e a campeã olímpica só foi informada, também, nesta semana, após o pódio. E só porque a doença já está em estado de remissão. “Foram mentiras leves que eram importantes para ela”, afirmou o pai da saltadora, Wu Yuming.

A história de Minxia gerou uma discussão na China sobre o custo do sucesso olímpico. Em texto do Shangai Morning Post, por exemplo, o pai da atleta admite que a filha “não pertence inteiramente” a sua família e que “felicidade familiar não é algo que me atrevo a buscar”. Minxia começou a treinar diariamente aos 6 anos e deixou a casa dos pais aos 17, para morar em uma instalação governamental.

Outra publicação, o China Business Daily, ressaltou o fato que a agência oficial de notícias só tem enviado agradecimentos aos medalhistas de ouro do país, ignorando quem levou prata ou bronze. “É uma visão muito estreita olhar para as Olimpíadas somente pelo prisma das medalhas. Também temos de considerar suor, lágrimas, esforço... paz, liberdade e justiça”, diz um editorial.

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