COI esquece Janeth e diz que australiana é recordista mesmo com 38 pontos a menos

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

  • Flávio Florido /Folhapress

    Janeth chora durante o Mundial de 2006, em que se despediu da seleção

    Janeth chora durante o Mundial de 2006, em que se despediu da seleção

O Comitê Olímpico Internacional cometeu uma gafe nesta quarta-feira. Após a derrota do Brasil para a Austrália por 67 a 61, o sistema oficial de informações da Olimpíada de Londres-2012 afirmou que a australiana Lauren Jackson tinha se tornado a maior cestinha do basquete feminino nos Jogos. O problema é que, mesmo com os 18 pontos do jogo desta manhã, ela ainda precisa de 39 pontos para superar a brasileira Janeth. A Fiba (Federação Internacional de Basquete) retificou a informação na noite desta quarta.

"Olha. acho difícil que ela já tenha chegado ao que eu fiz. Minhas contas são 535 pontos", disse a brasileira, ao ser questionada sobre o erro na Inglaterra. "Podem ter esquecido de somar alguma coisa. Posso falar com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) para pedirmos uma correção. Mesmo que ela bate o recorde nas Olimpíadas, é bom que eles saibam que uma brasileira está entre as melhores", completou a ex-ala, que hoje é técnica da seleção brasileira sub-17.

Campeã mundial em 1994 e dona de duas medalhas olímpicas (prata em 1996 e bronze em 2000), Janeth marcou seus 535 pontos em quatro edições dos Jogos Olímpicos – incluindo 164 em Sydney, em 2000, quando acabou com a melhor média de pontos do torneio (20,5). Lauren Jackson, também em sua quarta olimpíada, soma 497 – a norte-americana Lisa Leslie é a terceira, com 488.

A marca de Janeth, no entanto, deve cair em Londres. Como a Austrália está praticamente classificada, Lauren Jackson jogará, pelo menos, mais três vezes. Se mantiver a média de 16 pontos por jogo, pode somar mais 48 pontos, nove a mais do que a vantagem de Janeth. "Se isso acontecer, será uma honra estar ao lado dela. A Lauren Jackson é uma jogadora moderna", elogia a brasileira.

Alheia à validade do recorde, Lauren Jackson minimizou o fato. “Não pensei muito nisso durante o jogo, para falar a verdade. Acho que isso mostra como sou velha”, disse a pivô de 31 anos, dona de três medalhas de prata olímpicas e um título mundial, em 2006, no Brasil. “Quando você joga um esporte coletivo, esse tipo de recorde não importa muito. O bom é vencer”, completou.

Até agora, em Londres, a Austrália não venceu tanto, e tão bem, quanto a pivô gostaria. Na estreia, o time bateu a seleção inexpressiva do Reino Unido. Depois, perdeu, na prorrogação, para a França. A vitória apertada contra o Brasil foi o terceiro jogo. O time ainda enfrenta Rússia e Canadá na primeira fase.

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