Caçula do Dream Team ganha carinho de astros, dá show de enterradas e banca visual exótico

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (ING)

  • REUTERS/Mark Blinch

    Anthony Davis, dos Estados Unidos, enterra bola durante jogo Estados Unidos x Tunísia em Londres

    Anthony Davis, dos Estados Unidos, enterra bola durante jogo Estados Unidos x Tunísia em Londres

Quem vê os ídolos da seleção de basquete dos EUA desfilarem por Londres durante a Olimpíada talvez não esteja familiarizado com um dos jogadores do elenco. Um garoto de 19 anos com uma sobrancelha grossa inconfundível é o rosto menos conhecido de um time de estrelas como Kobe Bryant e LeBron James. Aos 19 anos, Anthony Davis teve sua primeira grande chance no chamado "Dream Team" (Time dos Sonhos) na vitória sobre a Tunísia na última terça-feira, por 110 a 63, e ofereceu como cartão de visitas internacional um festival de enterradas.

Convocado como substituto do pivô Blake Griffin, machucado pouco depois da reunião do time norte-americano, Davis tem sido tratado como xodó do grupo. O adolescente acaba de ser recrutado pelo New Orleans Hornets, time da NBA, como primeira escolha do processo de seleção de novos jogadores da liga, depois de jogar um ano na Universidade de Kentucky.

QUEM TEME A SOBRANCELHA?

Perto de estrear na NBA, o jovem Davis teve a sacada (junto de seu staff) de registrar duas expressões que o acompanham nas quadras: "Tema a sobrancelha" e "Levante a sobrancelha". A faixa de cabelo espessa sobre os olhos é a marca registrada do garoto nos Estados Unidos. "Não quero que ninguém ganhe dinheiro com isso. Eu e minha família registramos isso porque é algo único", disse o jogador do New Orleans.

Davis já havia entrado em quadra por alguns minutos na vitória sobre a França na estreia dos Estados Unidos na Olimpíada, no domingo. Mas, na noite de terça, o garoto das sobrancelhas grossas ganhou 14 minutos em quadra do técnico Mike Krzyzewski, entre o terceiro e o quarto período, e provou que não é exatamente uma figura decorativa no elenco.

O novo ala-pivô dos Hornets entrou na formação reserva do time, que visivelmente se esforçou para criar situações para que o garoto pudesse se soltar. Davis recebeu quatro passes para enterrar na jogada conhecida no basquete como “ponte aérea”, através de um passe elevado. Ao todo marcou 12 pontos, com 100% de aproveitamento de arremessos e lances livres. O jovem ainda conseguiu um toco, uma roubada de bola e três rebotes.

Mas foram mesmo as enterradas que chamaram a atenção no triunfo sobre os tunisianos. Por cinco vezes o ala-pivô de 2,08 m se pendurou no aro após converter a jogada que qualquer torcida do mundo adora ver.

"Foi ótimo, tem sido divertido", afirmou Davis em poucas palavras sobre a experiência de jogar mais minutos com o time norte-americano na Olimpíada.

Os nomes mais experientes do time reconhecem a importância de atuarem no aprendizado da promessa. Na terça, enquanto Davis barbarizava nas enterradas Kobe e companhia se comportavam como verdadeiros torcedores no banco de reservas.

"Estamos atrás dele para dar todo apoio, não importa o que aconteça. Respeitamos muito o jogo dele. Ele tem muito o que mostrar", afirmou Kevin Durant, cestinha da NBA nas últimas três temporadas.

"Ele com certeza vai ganhar muita experiência aqui. É bom vê-lo melhorando", declarou LeBron James, campeão da última temporada da NBA com o Miami Heat.

COMPARAÇÃO COM O GAROTO DO DREAM TEAM DE 1992

Sem nenhum jogo pela NBA ainda em seu currículo, Anthony Davis se juntou à seleção olímpica dos EUA e ganhou a comparação com Christian Laettner, jovem então na faculdade que teve a oportunidade histórica de integrar o primeiro "Dream Team", em 1992, ao lado de nomes como Michael Jordan e Magic Johnson.

Nos Jogos de Barcelona, Laettner teve a chance de jogar alguns minutos em cada uma das partidas dos Estados Unidos, em experiência que ajudou na sua formação para o ingresso na NBA.

Recentemente, o integrante menos famoso do "Time dos Sonhos" de 1992 comentou sobre a situação de Davis em Londres e disse ver o garoto pronto para o desafio. Como conselho, apenas disse para o jovem dos Hornets ter paciência com as brincadeiras dos jogadores mais velhos. 

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