Estudos mostram que sexo antes de provas não atrapalha desempenho de atletas
Das agências internacionais
Em Londres (ING)
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EFE/Patrick B. Kraeme
O nadador italiano Filippo Magnini faz carinho na namorada Federica Pellegrini durante treino
A antiga crença grega de que atletas devem evitar manter relações sexuais antes de competições foi desmentida pelo cientistas da era moderna. Pesquisas mostram que o sexo não diminui a força, potência ou resistência dos atletas.
Antes de qualquer afirmação, no entanto, os cientistas preferem explorar o mito por inteiro. A maior parte dos testes, por enquanto, foram baseados em influências psicológicas.
"Quando realizamos testes com as pessoas no laboratório, nós examinamos a performance dos atletas, mas nas competições o psicológico tem um impacto muito mais forte", explica o professor do departamento de medicina da Universidade de McGill, no Canadá, Ian Shrier.
"Os atletas que pioram suas performances nas competições afirmam que isso acontece por causa de perda de foco ou por tensão, e esse tipo de coisa ainda não foi testada", completou.
A tese de que relações sexuais não afetam os desempenhos esportivos vem de uma crítica publicada em um jornal canadense de medicina no esporte, que analisa diversos estudos a respeito do mito.
Em um dos estudos levantados, 14 atletas casados passaram por intensivos testes de força em uma manhã após terem se relacionado sexualmente com suas esposas e após um período de seis dias sem sexo. Os resultados não apontaram nenhuma alteração na força, flexibilidade ou resistência nos músculos dos esportistas.
Outro estudo realizou o mesmo procedimento de testes, só que para analizar a força das mãos, o equilíbrio, movimentos laterais, reflexos e capacidade aeróbica dos atletas, e também não apresentou alterações.
"Mesmo se a teoria estiver correta, a maiora das pessoas acredita em uma alteração nos níveis de agressividade e foco para mais ou para menos que prejudicam", comenta Shrier
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Já o expert em psicoterapia da Universidade de Surrey, acredita que os efeitos das relações sexuais no desempenho esportivo dependem de quem as pratica, da frequencia e das condições em que são realizadas.
"Se durar a noite de toda e de forma intensa é claro que o atleta não terá uma boa noite de sono e não chegará descansado para fazer o seu trabalho", concluiu ele.
Em Londres
Nos Jogos de Londres, a influência do sexo no esporte foi assunto de discussão. O prefeito da cidade-sede, Boris Johnson, chegou a afirmar que a competição era para "inspirar uma geração" (slogan da Olimpíada) e não "criar uma geração".
Com o mesmo pensamento, o comitê olímpico da Austrália proibiu os atletas do tiro Russell Mark e Lauryn Mark, casados, de dividirem o mesmo quarto na Vila Olímpica. Na sua sexta Olimpíada e medalhista de ouro nos Jogos de Atlanta, Mark revelou planos de fazer uma visita à esposa durante a noite.
Já o casal italiano da natação Federica Pellegrini e Filippo Magnini parece não ter entrado em um acordo sobre o impacto das relações sexuais em seu desempenho. Magnini, em entrevista a revista Chi disse que iria evitar sexo antes das competições. Já Pellegrini, refuta a ideia: "abstinência? Você está louco?".