Eles são fofinhos, peludinhos e atléticos, mas não vão ganhar uma medalha de ouro por suas proezas em Londres. Hit olímpico, o calendário “Jogos dos Porquinhos da Índia” (Guinea Pig Games) virou assunto por todo mundo. Jornais como os ingleses Daily Mail, The Daily Telegraph e The Daily Mirror, além do New York Daily Post, dos EUA, e até a BBC inglesa, na rádio e na TV, já falaram das fotos dos animais praticando esportes.

O que muita gente ignora, porém, é o papel do Brasil nos feitos dos porquinhos. O autor do calendário é o inglês Paul Cocken, que mora desde 2008 no Rio de Janeiro. As cenas dos Guinea Pig Games são tipicamente olímpicas: animais fazendo saltos ornamentais, correndo a maratona, remando e até enterrando uma bola no basquete.

“Comecei a fazer os calendários com animais há alguns anos. Começamos com cães fazendo esqui aquático. Depois, usamos também gatos. Os porquinhos da índia são mais recentes. Já tínhamos feito antes, mas eles viraram um sucesso com as Olimpíadas em Londres”, conta Paul, que trabalha em conjunto com a empresa Maverick Arts, responsável pela impressão e venda dos calendários (disponíveis no site http://www.themaverickshop.com/calendars/).

O que impressiona são as poses dos porquinhos, que chegam o mais próximo possível das posturas humanas na prática esportiva. Para chegar a esse resultado, Paul usa uma série de fotografias dos animaizinhos que são, então, manipuladas em computador. Os cenários são fotógrafos individualmente e também manipulados.

“O mais importante no processo são os animais. Não podemos deixá-los estressados com as fotografias, por isso eles ficam dentro do estúdio no máximo por cinco minutos. Capturamos o maior número de ângulos possíveis, rostos, focinhos, patas... Depois usamos isso na pós-produção”, explica o artista.

O processo é lento e pode durar até dois dias. “Nesse calendário, a foto que mais deu trabalho foi a do revezamento de atletismo. Eram muitos animais e em poses diferentes. As imagens mais simples são mais rápidas. Em cinco ou seis horas já temos o trabalho pronto”, diz Paul. “Para montar um calendário, precisamos começar a produção 13 meses antes. É um processo bem trabalhoso”, completa.

Por causa disso, um eventual calendário em homenagem à Copa do Mundo de 2014, no Brasil, precisaria começar rapidamente. “É uma ideia. Como os porquinhos fizeram muito sucesso, acho que seria legal fazer algo com os próximos eventos no Brasil”. A pergunta, porém, é que animais seriam usados para isso? Araras? “Talvez. Mas o importante é fazer como sempre fazemos: usar animais que vem de abrigos após serem abandonados, para aumentar a conscientização em relação a essa questão”.