Foram 16 anos sem ver o basquete dos homens do Brasil de novo jogando em uma Olímpiada e a espera foi recompensada por uma apertada vitória sobre a Austrália por 75 a 71, neste domingo, na estreia nos Jogos de Londres.

Depois de uma primeira metade de ansiedade, o time conseguiu deslanchar e mostrar personalidade nos quartos finais. Assim, nervosismo inicial à parte, a equipe de Rubén Magnano deixa para trás o simbolismo histórico da primeira partida e começa a lidar oficialmente com o status de uma das forças da disputa de 2012.

Se na última aparição olímpica, em Atlanta-1996, a seleção se despedia do ídolo Oscar Schmidt, na abertura da trajetória nos Jogos de Londres a geração de Marcelinho Huertas, Anderson Varejão e companhia pede espaço para escrever o novo capítulo da história brilhante da equipe nacional de basquete. Mas, agora sem o nervosismo natural de uma estreia, o time precisa buscar crescimento para os próximos compromissos.

De qualquer forma, o resultado começa a atestar a expectativa que residia sobre a equipe de Rubén Magnano, tratada há algumas semanas como integrante dos candidatos à medalha, graças a bons resultados no período de preparação, que arrancaram elogios respeitosos de rivais.

Em um desses testes, há apenas uma semana, os brasileiros haviam vencido a Austrália em um torneio amistoso na França, pelo placar de 87 a 71, em uma partida em que ambos os adversários pareceram guardar cartas embaixo da manga para o confronto que realmente valia, em Londres. Neste domingo a equipe dos armadores Patrick Mills e Matt Delladevoda mostrou mais, foi agressiva no ataque e conseguiu um marcador equilibrado na primeira metade.

A seleção de Rubén Magnano começou a partida de estreia nos Jogos Olímpicos com Marcelinho Huertas, Alex, Leandrinho, Tiago Splitter e Anderson Varejão na primeira formação de quadra.

Os primeiros minutos de jogo evidenciaram toda a ansiedade que marca uma partida de volta à Olimpíada depois de 16 anos de ausência. O time brasileiro viu a Austrália abrir seis pontos na frente antes de anotar pela primeira vez com bandeja de Leandrinho. No entanto a equipe continuou desperdiçando posses de bola, e Magnano precisou pedir tempo antes de o segundo quarto chegar.

O técnico argentino então descansou Huertas com Larry Taylor na armação em quadra. Nenê, Marquinhos, Guilherme Giovannoni e Marcelinho Machado também entraram no time, que controlou melhor a ansiedade, mas acabou fechando a primeira parcial ainda em desvantagem no placar: 20 a 19.

Com a formação inicial recomposta em quadra no segundo quarto, o jogo de Huertas começou a aparecer e o Brasil assumiu pela primeira vez a liderança do placar. Mas o marcador seguiu parelho, contando com instante de duelo de três pontos entre Marcelinho Machado e o australiano Mills. A equipe de Magnano foi para o intervalo vencendo por apenas um ponto (36 a 35).

De volta à quadra, a defesa brasileira brilhou logo de cara no terceiro quarto e ofereceu a chance para que a equipe conseguisse abrir vantagem confortável no placar, com mais de dez pontos. Mas a parcial acabou com placar favorável menor, de 56 a 49.

O time sofreu para controlar a vantagem no último quarto e viu os australianos diminuírem a diferença para dois pontos. Leandrinho teve de deixar a quadra após cometer sua quinta falta. Mesmo assim, os brasileiros conseguiram gastar o tempo para assegurar o triunfo por 75 a 71.

Após a vitória na estreia, o Brasil volta à quadra do Parque Olímpico na próxima terça-feira, às 12h45 (de Brasília), para enfrentar a Grã-Bretanha, seleção anfitriã do torneio, em confronto válido pela segunda rodada do grupo B. A chave também conta com China, Rússia e Espanha.