Nada de Usain Bolt ou Michael Phelps. O astro olímpico que recebeu a blindagem mais intensa até agora nos Jogos Olímpicos de Londres é um equino. A égua Rafalca, que vai disputar as competições de adestramento, foi isolada do público em um haras em Suffolk, no interior da Inglaterra. Os fotógrafos foram banidos do local e os tratadores, proibidos de dar entrevistas.

O motivo para tanta precaução? Uma das donas do cavalo é Ann Romney, mulher de Mitt Romney, virtual candidato à presidência dos EUA pelo partido Republicano. As restrições foram tomadas pela Federação Equestre Norte-Americana e pelo Comitê Olímpico dos EUA para que a competição de adestramento não deixe de ser um evento esportivo e se torne um palanque político. A prova de que riscos de incidentes assim possam acontecer foi dada nesta semana.

Com o cavalo de Ann competindo nos Jogos, Romney chegou à Inglaterra nesta quinta-feira, em uma viagem que terá, ainda, paradas na Polônia e em Israel. Sua chegada à Inglaterra foi saudada com polêmica graças a uma entrevista ao canal NBC News, em que o republicano criticava as falhas da empresa de segurança G4S (que motivaram uma mobilização maior de soldados para proteger os Jogos) e a greve de agentes da alfândega britânica. "É difícil saber bem o que vai acontecer. Há algumas coisas que foram desconcertantes", disse.

A resposta inglesa veio na figura do prefeito de Londres, Boris Johnson, em discurso no Hyde Park: "Ouvi dizer que há um sujeito chamado Mitt Romney que quer saber se estamos prontos (para os Jogos). Estamos prontos? Sim, estamos".

Fora da polêmica, as chances de Rafalca subir ao pódio nos Jogos Olímpicos existem. O time norte-americano não foi ao pódio em 2008, mas conquistou o bronze em 2004. A égua tem 15 anos, nasceu na Alemanha e é treinada há seis anos por Jan Ebeling, um alemão naturalizado americano que vai estrear em Olimpíadas. Ela foi a terceira colocada nas seletivas do país.

* Com informações das agências internacionais