Homenagem às vítimas de 1972 não agrada, e israelenses pedem minuto de silêncio na abertura

Do UOL, em São Paulo

  • AFP PHOTO / ODD ANDERSEN

    Jacques Rogge assina Muro da Trégua em evento que não agradou familiares das vítimas de Munique-1972

    Jacques Rogge assina Muro da Trégua em evento que não agradou familiares das vítimas de Munique-1972

O COI realizou na última segunda-feira uma homenagem na Vila Olímpica para as vítimas do atentado terrorista que causou a morte de 11 israelenses em Munique-1972. O evento, entretanto, não agradou aos parentes dos atletas mortos nem às entidades que combatem o antissemitismo, que consideraram o tributo insuficiente e pedem um minuto de silêncio na cerimônia de abertura.

Membro do Comitê organizador dos Jogos, Seb Coe defendeu o espaço em que foi organizado o ato. “O evento foi absolutamente apropriado. Ele aconteceu na Vila Olímpica, que foi exatamente onde aquele ato de barbaridade ocorreu. Acho que o equilíbrio foi perfeito no evento de ontem”. Na ocasião, dirigentes assinaram um Muro da Trégua, em um ato pouco divulgado e que não chamou muita atenção dentro do espaço dos atletas.

Alguns jornais israelenses afirmaram que parentes das vítimas e membros de entidades contra o antissemitismo do país ficaram insatisfeitos com a atitude, por organizar uma cerimônia que ninguém ficou prestou atenção em um local que ninguém ficou sabendo.

Nesta semana, Ankie Spitzer, viúva de uma das vítimas, estará em Londres para promover uma campanha pedindo um minuto de silêncio na cerimônia de abertura dos Jogos. O evento que marca o início dos Jogos contará com um público de 60 mil no estádio e tem uma audiência mundial estimada em mais de um bilhão de pessoas, na televisão.

Em 1972, durante os Jogos e Munique, na Alemanha, 11 israelenses, cinco palestinos e um policial alemão morreram durante uma fracassada tentativa de resgate aos reféns sequestrados em plena Vila Olímpica. “Quatro décadas de recusa em destacar um dos ataques terroristas mais infames da história representa a continuidade da falta de sensibilidade à memória destes atletas israelenses assassinados”, afirmou em nota oficial Abraham H.Foxman, diretor da ADL, entidade que combate o antissemitismo e extremismos.

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