COI descarta um minuto de silêncio em memória aos atletas assassinados em Munique
Das agências internacionais, em Londres
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REUTERS/Mark Baker
Atleta israelense, Alex Porkhomovsky, acende vela em memorial para atletas de Israel mortos em Munique
O Comitê Olímpico Internacional (COI) descartou reservar um minuto de silêncio na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, que acontece na próxima sexta-feira, em memória ao atentado contra atletas israelenses, ocorrido nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
Os Jogos de Londres marcam quarenta anos da matança de Munique, em que terroristas palestinos do grupo “Setembro Negro” assassinaram onze atletas israelenses e seus treinadores.
O presidente do COI, Jacques Rogge, disse que “serão prestadas homenagens aos atletas, como sempre foi feito no passado e será feito no futuro. Também vamos estar presentes no mesmo dia das mortes, 5 de setembro, no aeroporto militar de Furstenfeldruck, onde ocorreu o atentado”. Apesar disso, o COI acredita que não é oportuno recordar a tragédia na abertura dos Jogos: “Acreditamos que a cerimônia de abertura não é uma atmosfera adequada para recordar um incidente trágico como o de Munique”, disse Rogge.
Londres disponibilizará um forte esquema de segurança. Serão 17 mil soldados e 7 mil seguranças particulares para proteger a Vila Olímpica e mais 26 instalações dos Jogos. Nas ruas de Londres, haverá mais 12,5 mil policiais.
Em entrevista à rádio militar israelense Galei Tzáhal, o Ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, revelou que autoridades israelenses estão trabalhando em conjunto com os serviços de inteligência do Reino Unido e de outros países para reduzir as opções de ataques durante os Jogos Olímpicos de Londres.
“Isto é algo que trabalhamos de todas as maneiras, independente de haver ameaças ou não”, declarou Barak.
As palavras do Ministro da Defesa seguem uma informação publicada no jornal britânico Sunday Times, que afirma que Israel expressou bastante preocupação de que o Irã decida praticar um ataque contra atletas israelenses durante os Jogos Olímpicos de Londres.
As suspeitas aumentaram depois do último ataque internacional a israelenses, ocorrido na última quarta-feira em solo búlgaro. Nesse ataque, perderam a vida cinco turistas israelenses que iniciavam suas férias, quando um terrorista suicida colocou uma bomba dentro de um ônibus que estava estacionado no terminal do aeroporto de Burgas, na Bulgária.
Por sua vez, o chefe do escritório de segurança do Ministro da Defesa, o general Amos Guilad, negou as informações do Sunday Times que apontavam que o Mossad, serviço de inteligência israelense no exterior, havia enviado dezenas de agentes a Europa para caçar pessoas convertidas ao islamismo, supostamente recrutadas para praticar ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos de Londres.
“A inteligência não trabalha dessa maneira”, disse Guilad à emissora militar, e acrescentou: “Não se envia dezenas de agentes para caçarem fantasmas”. Guilad ainda revelou que existem ameaças e tentativas permanentes por parte do Irã e do Hezbollah de atacar cidadãos israelenses.
O Sunday Times ainda citou informações procedentes de Tel Aviv, que indicavam que o Mossad seguia a pista de agentes iranianos e do Hezbollah, e também mencionavam um suposto terrorista com passaporte dos Estados Unidos, de nome David Jefferson, que havia fugido do cenário do atentado na Bulgária pouco depois do ocorrido.
Fontes da segurança do Reino Unido, entrevistadas pelo jornal, disseram que Israel poderia estar divulgando a existência de ameaças, a fim de forçar Londres a aumentar a segurança em torno da delegação israelense.
Por sua vez, o chefe da delegação olímpica israelense na capital britância, Efraim Zinger, afirmou que a Vila Olímpica é segura e que os atletas israelenses estão recebendo uma atenção especial no que diz respeito à segurança. Zinger declarou à emissora do exército que Israel figura na lista de países sob ameaças específicas e, por isso, seus atletas contam com medidas especiais de segurança.
Israel reforçou a segurança nos balcões de sua companhia aérea nacional, a El Aly, e nas embaixadas em todo o mundo, diante do temor de que o Irã e o Hezbollah poderiam estar tratando de praticar novos ataques contra cidadãos israelenses.