Mano pede tempo para trabalhar e cita títulos de Tite e Felipão como exemplo
Carlos Padeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Daniel Marenco/Folhapress
Mano Menezes chega a Londres pressionado pela conquista inédita da medalha de ouro
Há quase dois anos como técnico da seleção brasileira, Mano Menezes chega a Londres nesta terça-feira pressionado para conquistar o inédito ouro olímpico, condição que o preservará no comando da equipe pentacampeã mundial.
O treinador sabe que um fiasco na Olimpíada custará o seu emprego, já que a seleção fracassou na Copa América e em amistosos diante de adversários tradicionais, como Argentina, Alemanha e França.
Mano saiu em defesa de um trabalho a longo prazo e citou como exemplos os triunfos de Tite e Luiz Felipe Scolari. O primeiro está no Corinthians desde outubro de 2010 e faturou o Brasileiro e a Libertadores, enquanto o segundo chegou ao Palmeiras depois da Copa do Mundo de 2010 e ganhou a Copa do Brasil.
“Tenho esperança em relação a isso. Um dia chegaremos lá, efetivamente chegaremos lá, é só olhar os dois campeões recentes, da Libertadores e Copa do Brasil. São técnicos com dois anos de trabalho, e isso comprova a defesa que fazemos, uma defesa moderada para não ficar parecendo defesa em causa própria”, comentou o técnico gaúcho.
Para que o futebol brasileiro deixe de demitir os treinadores, Mano pediu a ajuda até da imprensa. “Contamos com a colaboração de vocês [jornalistas]. Quando um técnico tiver cinco resultados negativos, não façam uma enquete sobre quem seria o melhor para substituí-lo.”
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No comando da seleção, Mano Menezes ganhou 15 partidas, empatou 5 e perdeu 5. O problema é que sua equipe não convenceu em situações de dificuldade, como na Copa América, quando foi eliminada nas quartas de final, e diante de rivais – perdeu duas vezes para a Argentina de Messi, por exemplo.
Com o ex-presidente Ricardo Teixeira na CBF, Mano tinha uma posição mais estável. Entretanto, desde que assumiu o cargo, José Maria Marín passou a acompanhar de perto a seleção e deixou claro que no futebol os treinadores dependem de resultados.
A pessoas próximas nos bastidores, Marín tem confidenciado que um fiasco na Olimpíada resultará na demissão do técnico gaúcho.