Público brasileiro vaia "haka" de neozelandeses do basquete e instiga rivais em São Carlos

Bruno Freitas

Do UOL, em São Carlos (SP)

  • Bruno Freitas/UOL

    Jogadores da Nova Zelândia executam variação do haka antes de jogo com o Brasil na terça

    Jogadores da Nova Zelândia executam variação do haka antes de jogo com o Brasil na terça

Muita gente que já viu cenas de rúgbi na televisão, mesmo que não aprecie o esporte, deve ter prestado atenção na dança típica da poderosa seleção da Nova Zelândia, em coreografia conhecida como haka. A performance de intimidação está no cerne da cultura do país e se alastrou para outros esportes. Na última terça-feira, jogadores da equipe de basquete do país desempenharam uma versão destes passos antes do jogo com o Brasil, em São Carlos, e foram acompanhados por uma sonora vaia.

No entanto, os neozelandeses afirmaram que não viram a vaia da torcida no ginásio Milton Olaio Filho como um gesto de desrespeito do público brasileiro.

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    Jogador neozelandês Casey Frank diz que costuma ouvir vaias em execuções do haka fora de seu país

"Costuma acontecer em alguns lugares. Não vi como algo desrespeitoso. Entendemos como uma forma de desafio para a nossa equipe. Nos sentimos desafiados hoje", afirmou Casey Frank, um dos poucos destaques da equipe neozelandesa na derrota por 73 a 49 para o Brasil.

Segundo Frank, a performance do haka em outros esportes além do rúgbi se tornou comum em seu país. "Fazemos isso há muito tempo na seleção de basquete também. É uma forma de levar nosso estilo de vida para a quadra", diz o jogador.

Assim como os compatriotas do rúgbi, que defendem o famoso time conhecido como All Blacks, os atletas da seleção neozelandesa de basquete costumam ensaiar o haka em treinamentos.

"A gente pratica bastante. Ultimamente mais ainda, porque estamos com quatro jogadores novos na equipe, que acabaram de chegar", declara Frank, 7 pontos contra o Brasil.

Depois da derrota para os brasileiros, a Nova Zelândia volta à quadra pelo torneio internacional de São Carlos nesta quarta-feira, às 19h, diante da Grécia. Em seguida os anfitriões do evento amistoso enfrentam a Nigéria.

SOBRE O HAKA

Uma performance de caretas, línguas para fora e gestos de intimidação. Esta pode ser descrição para o leigo, gente de fora da Nova Zelândia. Na verdade o haka engloba danças típicas do povo Maori, nativos do país. É uma antiga encenação que demonstra a paixão, o vigor masculino e a identificação com a raça.

No esporte, o haka rompeu fronteiras para simbolizar a seleção de rúgbi do país, atual campeã do mundo. A relação dos All Blacks com a cultura nativa virou até documentário. Os jogadores da equipe contam, inclusive, com um orientador para execução da coreografia.


 

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