O verde, amarelo e azul estavam ali, mas o novo jogo de uniformes da seleção feminina de handebol do Brasil certamente foge bastante do convencional. Apresentado em uma cerimônia na noite da última terça-feira em São Paulo, os modelos desenhados para a Olimpíada ousam com algumas estampas inspiradas em onças e araras, além de mangas que tentam simular tatuagens de braço inteiro. As jogadoras do time nacional conheceram a inovação para Londres com curiosidade e aprovaram as mudanças radicais.

"Ficou bem diferente, acho que nenhuma equipe da Europa vai ter nada parecido com isso. Achei que o amarelo da goleira não combinou muito, mas elas são bonitas e vão deixar bonito. Vão mostrar a alegria do Brasil", afirmou a meia esquerda Duda, que joga no handebol húngaro.

"Gostei, é muito diferente do que a gente sempre usou. Gostei principalmente do material, porque a gente faz movimentos mais amplos. A gente tinha um probleminha com material, rasgava um pouco. Me pareceu bem bom", endossou a goleira Babi, que atua por um clube austríaco.

A estilista responsável pelos desenhos afirmou que buscou escapar do estilo tradicionalmente quadrado dos uniformes esportivos para confeccionar as peças de poliéster para os Jogos Olímpicos. Para isso, posicionou os detalhes "animais" das estampas nas mangas e costas dos modelos.

"Queria uma coisa diferente. Um dos estilistas da minha equipe me mostrou prints de onça e de arara, perguntou qual eu preferia. Falei para colocar um em cima do outro", afirmou Tatiana Mancini, estilista da marca esportiva Asics. “Eu sempre quis fazer uma manga assim parecida com uma tatuagem”, acrescentou a profissional da parceira da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol), a respeito dos modelos para goleiras.

Os novos uniformes foram apresentados através do desfile de duas modelos. Depois da cerimônia, a veterana goleira Chana se animou e resolveu vestir um dos novos modelos específico para a sua posição, exibindo as cores para as companheiras.

BONS RESULTADOS EM AMISTOSOS E MEDALHA NA CABEÇA

A seleção feminina do Brasil trabalha com a confiança de ir a Londres com chances reais de medalha. Quinta colocada no Mundial de 2011, em São Paulo, a equipe do técnico Morten Soubak vem de cinco vitórias em amistosos disputados na Europa em maio, contra Suécia, Bielorrússia, Turquia e dois contra a Coreia do Sul.

No começo do ano, a seleção brasileira mediu forças com a Noruega, atual campeã olímpica e mundial, e saiu com balanço positivo. Foram dois empates contra as europeias, que atuaram com força quase máxima.

"Estamos positivas, mas realistas. Esses jogos de preparação foram super positivos, depois do Mundial, pela primeira vez o Brasil ficou em 5º lugar, até com gostinho de que poderia ter sido melhor. Há alguns anos o Brasil está mudando a sua cara, as pessoas de fora estão respeitando mais o Brasil. Principalmente depois do Mundial, não tem o que ficar falando, jogamos com todas de igual para igual", diz a ponta direita Alexandra, há oito anos no handebol austríaco.

Depois de passar por baterias de exames nesta semana em São Paulo, a seleção feminina viaja para uma etapa de treinos em Vitória. Na capital capixaba, a equipe realiza no sábado o primeiro de uma série de três amistosos contra Cuba [os outros dois acontecem na sequência em São Luís, nos dias 27 e 29 de junho].

Até a Olimpíada as brasileiras do handebol devem disputar um torneio de preparação na Turquia e jogos amistosos na Alemanha e na Holanda.