Brasil erra muito e sofre com Piccinini, mas faz 3 a 2 na Itália pelo Grand Prix
Gustavo Franceschini
Do UOL, em São Bernardo do Campo (SP)
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Wander Roberto/VIPCOMM
Paula Pequeno grita para comemorar ponto brasileiro no duelo contra as italianas, pelo Grand Prix
A seleção feminina de vôlei mais uma vez não encantou, errou muito e sofreu com a Itália de Francesca Piccinini, mas venceu por 3 sets a 2 (26-24, 14-25, 25-15, 24-26 e 16-14) em São Bernardo. De olho em Londres, o Brasil de José Roberto Guimarães agora soma cinco vitórias em cinco jogos no Grand Prix, mas segue com algumas dúvidas para os Jogos Olímpicos.
"É preciso melhorar em tudo. Os erros têm de diminuir bastante. Acho que hoje ninguém sai satisfeito. Nós sabemos que estamos devendo, mas com paciência de que podemos melhorar", disse Paula Pequeno após o jogo.
Até agora, o time verde-amarelo bateu Polônia, Sérvia, Alemanha e Itália (duas vezes). Teoricamente, todos adversários mais fracos que o Brasil em uma projeção para Londres. Neste domingo, a seleção encerra sua passagem por São Bernardo do Campo contra os Estados Unidos, primeiro rival de peso da equipe nesta temporada.
O saldo até o momento é bom, mas não excelente. Neste sábado, mais uma vez a equipe vacilou muito. Foram 24 erros cedidos às adversárias em todo o jogo e um set praticamente em branco. O passe e o saque foram os fundamentos mais deficientes do Brasil, que foi, como um todo, muito irregular.
Do outro lado, Piccinini se destacou com 25 pontos, a melhor da partida no quesito. A loira arrancou gritos de José Roberto Guimarães (irritado com a marcação de seu time) e liderou o ataque ao lado da capitã Ortolani e da baixinha Bosetti, que também deram trabalho. Fabiana, pelo bloqueio, foi o destaque do time nos momentos difíceis. Mari, ainda em recuperação da má fase, atuou como oposta e ponteira e conseguiu ir bem, especialmente no primeiro set, quando o Brasil saiu perdendo feio da Itália.
As europeias chegaram a abrir 11 a 6. A seleção diminuiu a distância, mas não ultrapassou no placar até a Itália ter 24 a 20. Na inversão, Mari, que começou no banco, mudou o jogo. Como oposto no lugar de Sheila, ela fez quatro pontos na sequência de saques de Priscila Daroit. O Brasil empatou e virou a parcial em um ponto de Jaque após um ataque de Mari, muito festejada pelas companheiras.
Com moral, Mari começou o segundo set em quadra, mas o Brasil não rendeu bem e viu a Itália disparar de novo. Na inversão, quando Zé Roberto colocou de novo Sheila em quadra, a seleção já perdia por 17 a 11. No fim, as visitantes fecharam em 25 a 14 em um set para esquecer.
Recuperadas do susto, as brasileiras se impuseram no terceiro e no quarto set. Com autoridade e uma melhora no bloqueio e no saque, o Brasil não teve trabalho para fazer 2 a 1 em uma Itália que já não tinha a mesma vibração do começo da partida. Foi sair de quadra para o ânimo das visitantes voltar.
Sob o comando de Piccinini, as italianas apertaram o marcador no quarto set e ganharam a parcial, que teve um fim tenso e acabou 26 e 24. No tie-break, o Brasil voltou. A torcida presente no ginásio não se importou com o horário incômodo e apoiou a cada ponto, mas não garantiu a vitória com folga. Desatento, o Brasil chegou a ter um match point contra si, quando Mari virou uma bola importante e empurrou o time para o 16 a 14.
A vitória mais elástica era importante para manter a seleção na briga pela ponta da tabela do Grand Prix, em que 3 a 1 ou 3 a 0 valem três pontos, enquanto o 3 a 2 apenas dois. No momento, o Brasil tem11 e está no quinto lugar ao lado de Cuba. EUA e China lideram com 15.