Leandrinho admite medo de rejeição na volta à seleção após ausência no Pré-Olímpico

Bruno Freitas

Do UOL, em, São Paulo

  • Gaspar Nobrega/Inovafoto/CBB

    Leandrinho Barbosa participa de treino preparatório da seleção em São Paulo

    Leandrinho Barbosa participa de treino preparatório da seleção em São Paulo

A reintegração de Nenê e Leandrinho ao grupo da seleção masculina de basquete foi o tema que dominou a expectativa pela convocação do técnico Rubén Magnano para a fase de treinos para a Olimpíada. Agora, com a dupla da NBA já inserida nos treinamentos, o time se esforça para minimizar a controvérsia que costumou acompanhar a questão. No entanto, um destes jogadores que acabam de regressar admite que sentiu dúvida de como seria recepção dos companheiros.

O ala Leandrinho afirmou que temia o clima na volta à seleção, depois de se ausentar na batalha pela classificação no Pré-Olímpico das Américas em 2011, com rol de alegações que misturaram problemas pessoais, lesão no punho direito e pressão do Toronto Raptors, seu time na época.

TORCIDA POR OKLAHOMA NA NBA

Distante dos playoffs da NBA desde a eliminação do Indiana Pacers na segunda rodada da Conferência Leste diante do Miami Heat, Leandro Barbosa diz que agora escolheu o Oklahoma City Thunder para torcer na decisão, justamente contra o time que eliminou o seu.

"OKC com certeza. O Durant está jogando muito e merecia ter levado o MVP [melhor da temporada], apesar de o LeBron ter números superiores aos deles. Mas tenho certeza que, se o Thunder ganhar, o Durant será eleito o MVP das finais", diz.

"A recepção foi muito boa. Eu não esperava que o ambiente fosse estar tão bom. Não sabia como ia ser, cada um tem seus motivos para pensar o que quiser, mas o importante é que o grupo de jogadores e a comissão técnica me aceitaram e eu estou muito feliz. Esse era meu único medo: chegar aqui e não ser bem recebido. Mas não tenho do que reclamar, desde o primeiro dia todos os jogadores, alguns que conheço há muito tempo, a comissão técnica e os dirigentes me trataram super bem e agora temos que nos focar para conquistar a tão sonhada medalha para o basquete brasileiro", declarou.

A ausência de Leandrinho no Pré-Olímpico das Américas em setembro passado teria provocado irritação no técnico Rubén Magnano, que evitou o tema durante algum tempo. Após a classificação na Argentina, alguns jogadores questionaram a presença da dupla da NBA nos Jogos de Londres, mas em contestação com mais foco sobre Nenê, que até então não havia colaborado com o atual ciclo [Leandrinho esteve com o grupo no Mundial de 2010 na Turquia].

De acordo com Leandrinho, toda a polêmica envolvendo seu nome no ambiente de seleção brasileira o levou à beira de um estado depressivo. 

"Foi um momento de muito sofrimento, por pouco não entrei em depressão. Quem me conhece sabe o quanto me dá orgulho vestir a camisa da seleção brasileira. Tive meus motivos para pedir dispensa. Muita gente falou mal de mim e isso me chateou um pouco, mas é a palavra deles contra a minha. Mas isso ficou para trás e agora quero fazer um bom papel em Londres", afirmou o ala após o treino de quarta em São Paulo.

Dentro do grupo, a posição é de acolhimento a Nenê e Leandrinho na volta da dupla à seleção. O ala Marcelinho Machado é um símbolo do período de luta pela volta à Olimpíada após 16 anos e se manifesta sobre o caso como líder do time.

"A seleção sempre teve ambiente muito bom, com todos os jogadores que passaram aqui. Não foi a gente que criou isso, foi a imprensa, como se fosse um absurdo. Não saiu nada da nossa cabeça contra ninguém. A seleção é de todos os brasileiros e assim que tem que ser. Quem está aqui quer fazer o melhor na Olimpíada, todos juntos. Queremos chegar forte para a estreia contra a Austrália", afirma Marcelinho Machado.

AINDA SEM SPLITTER E HUERTAS

O grupo que trabalha para os Jogos de Londres se apresentou ao técnico Rubén Magnano no último domingo em São Paulo. Depois de passar por baterias de testes médicos, os jogadores entraram em quadra pela primeira vez na última quarta-feira.

As baixas momentâneas do técnico argentino são Marcelinho Huertas, que participa da final da Liga Espanhola pelo Barcelona, e Thiago Splitter, que aguarda o nascimento do filho nos Estados Unidos.

Ao todo Magnano trabalha com 16 jogadores (incluindo quatro jovens convidados), mas admite ainda aproveitar atletas que participaram do Sul-Americano na Argentina na última semana antes de definir a lista para Londres com 12 nomes. Durante a preparação, o técnico comandará a equipe em torneios em São Carlos, Buenos Aires, Foz do Iguaçu, França e em um amistoso diante dos EUA em Washington.

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