Federação de boxe diz que profissionais poderão participar da Olimpíada de 2016

Das agências internacionais

Em Londres (ING)

  • STR/AFP - SERGEY DOLZHENKO/EFE

    Pugilista Vladimir Klitschko exibe sua medalha de ouro olímpica conseguida em Atlanta-1996

    Pugilista Vladimir Klitschko exibe sua medalha de ouro olímpica conseguida em Atlanta-1996

A Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador) anunciou, nesta quinta-feira, que boxeadores profissionais poderão disputar os Jogos Olímpicos de 2016. A notícia foi dada pelo presidente da entidade, que pode modificar todo o conceito atual do esporte caso a proposta realmente saia do papel.

“Eles definitivamente estarão no Rio. Olhe para o programa olímpico de outros esportes como basquete, vôlei e handebol. Eles têm profissionais. Nós somos a única organização que não tem [profissionais na Olimpíada]”, disse Wu Ching-Kuo, presidente da Aiba.

O problema é que a divisão entre amadorismo e profissionalismo no boxe vai além da Olimpíada. As regras distintas fazem com que sejam praticamente dois esportes distintos. No amadorismo, além de não receber bolsas pagamentos por participações, o pugilista tem como objetivo acertar o maior número de golpes no rival, podendo vencer por nocaute.

No nível profissional, sem capacete e em um mundo que envolve apostas e premiações milionárias, o atleta tem mais liberdade para golpear o rival e pode vencer por nocaute ou pela avaliação dos juízes. A entrada dos profissionais nas Olimpíadas poderia ser o início da unificação dentro do esporte, em queda com o crescimento recente do MMA.

O caminho para que a proposta de Ching-Kuo saia do papel passa pela fundação da APB (Associação de Boxe Profissional), que classificaria 56 atletas para 2016. “Isso vai aumentar a qualidade da competição nas Olimpíadas, porque os boxeadores vão poder ter uma vida boa sem terem de desviar o rumo”, disse o cartola, referindo-se às mudanças frequentes na carreira dos atletas.

Campeões em competições amadoras, os pugilistas passam para a carreira profissional com frequência, tentando títulos de maior visibilidade e principalmente mais dinheiro. “No passado, os melhores boxeadores das Olimpíadas e Mundiais eram pegos pelas associações profissionais. Podemos dizer que vários deles entraram em competições erradas por isso e desapareceram do boxe porque não podiam voltar ao amadorismo”, disse Ching-Kuo. 

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