O príncipe Ali, da Jordânia, que ocupa a vice-presidência da Fifa para a Ásia, indicou neste sábado que as atletas muçulmanas que usam véu deveriam participar dos Jogos Olímpicos de Londres.

“Creio que o hiyab (véu) não deve impedir a participação das mulheres muçulmanas nos Jogos Olímpicos (...). Os Jogos serão uma grande oportunidade para as mulheres árabes e muçulmanas de demonstrar suas capacidades”, disse o príncipe Ali, meio-irmão do rei Abdullah 2º, em uma entrevista à agência AFP.

Em março, o International Bord (Ifab), órgão responsável pelas regras do futebol, resolveu que as mulheres com véu poderiam participar das partidas. A decisão deve ser ratificada em julho.

Até o momento, a Fifa proíbe a participação de mulheres com hiyab em competições oficiais, sob o argumento de risco de lesões no pescoço e na cabeça.

“A segurança é muito importante, mas até agora não houve nenhuma lesão relacionada com o véu durante um jogo”, disse o príncipe Ali.

“Temos que garantir que todas as mulheres que usam o véu possam praticar o esporte que gostam. O futebol é um esporte de todos”, acrescentou.

Em 2011, a proibição de levar o véu obrigou a equipe feminina do Irã a retirar-se das eliminatórias dos Jogos Olímpicos e três jogadoras jordanianas a deixar sua seleção. A ONU pediu à Fifa que libere o uso de véu seguro durante as competições.