Seleção feminina terá hierarquia de diárias e oferecerá mais dinheiro para estrelas

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

  • Lucy Nicholson/Reuters

    Ums das estrelas do basquete feminino nacional, Erika deve ganhar diária maior na seleção brasileira

    Ums das estrelas do basquete feminino nacional, Erika deve ganhar diária maior na seleção brasileira

O técnico Luiz Claudio Tarallo anunciou nesta quinta-feira em São Paulo a pré-lista para a Olimpíada, com 18 jogadoras, em grupo que será futuramente reduzido para 12 atletas antes dos Jogos de Londres. No evento de divulgação, a cúpula da seleção feminina de basquete ainda confirmou a criação de uma hierarquia interna que privilegiará as estrelas do elenco.

De acordo com Tarallo e com a diretora Hortência Marcari, a divisão de status servirá para contemplar a bagagem das mais veteranas e para incentivar as novatas que viverão sua primeira grande experiência pela seleção.

PRÉ-LISTA DA SELEÇÃO PARA LONDRES

Adriana (Parma-ITA) – Armadora
Babi (Americana) – Armadora
Clarrisa (Americana) – Pivô
Damires (Minnesota Lynx-EUA) - Ala-pivô
Erika (Perfumeria-EUA) – Pivô
Franciele (Hondarribia-ESP) – Ala-pivô
Gilmara (Catanduva) – Ala-pivô
Iziane (Maranhão) – Ala-armadora
Jaqueline (Santo André) – Ala-armadora
Joice (Ourinhos) – Armadora
Karla (Americana) – Ala-armadora
Nádia (Santo André) – Pivô
Palmira (Catanduva) - Ala-armadora
Chuca (Ourinhos) - ala-armadora
Patricia (São José) – Ala-armadora
Renata (Maranhão) – Ala
Silvia (Ourinhos) – Ala
Tássia (Americana) - Armadora

A hierarquia estará traduzida inicialmente nas diárias que as jogadoras recebem em períodos de concentração e torneios. Serão três grupos, as "campeãs", as intermediárias e as novatas.

Comissão técnica e dirigentes ainda estudam se o status também valerá para comodidades de outra natureza, como assentos mais nobres em voos internacionais longos.  

Hortência diz que o grupo das jogadoras que receberão mais ainda será debatido com o atual técnico da seleção, mas adianta que ele deverá ser formado por três a cinco atletas. A pivô Érika e a ala/armadora Iziane devem estar neste pelotão de frente.

"A diária é pelo resultado. A Érika está entre as melhores do mundo e não pode ganhar a mesma diária que uma jogadora que está chegando agora", afirma a ex-jogadora Hortência, medalhista de prata na Olimpíada de Atlanta-1996 e que atualmente desempenha papel executivo na seleção feminina.

"Entendemos que a jogadora mais experiente não pode ganhar a mesma diária que ganha a jogadora mais nova. Conta também a participação em campeonatos anteriores, Mundiais, Sul-Americanos. Fizemos esse escalonamento", endossa Tarallo.

Ainda segundo a cúpula da seleção feminina, a hierarquia não estará representada em premiações, que serão iguais para todo o grupo. Hortência disse acreditar que a diferenciação interna não provocará nenhum tipo de mal-estar entre as atletas relacionadas.  

 "A gente joga limpo aqui. A equipe comprou essa ideia, que vai acontecer no masculino também. Não pode ter atrito por dinheiro. A jogadora que não entender isso tem que sair do grupo. Ninguém é insubstituível. Tem que entender que estar ali é importante", declarou Hortência, que foi campeã do mundo pela seleção em 1994.

"Eu e a Paula começamos a jogar na seleção com 16 anos e tomamos muita pancada. Mais para frente veio a Janeth e outras e pegaram uma coisa melhor já. É assim que funciona", acrescenta a diretora.

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