Londres consome R$ 3 bi com sedes olímpicas, menos que Pequim; Rio orça metade desse valor

Luís Curro

Do UOL, em São Paulo*

  • Ben Stansall/AFP

    O Estádio Olímpico de Londres, principal palco dos Jogos de Londres, que começam em 27 de julho

    O Estádio Olímpico de Londres, principal palco dos Jogos de Londres, que começam em 27 de julho

Capital da Inglaterra, e do esporte dentro de pouco mais de quatro meses, Londres já se vê preparada para a Olimpíada, ao menos no que se refere aos locais das competições.

A um custo aproximado de R$ 3 bilhões (ou um décimo da previsão total de gastos com o evento), os organizadores praticamente finalizaram os trabalhos nas 30 sedes olímpicas. O UOL Esporte levantou que a conta, neste início de 2012, batia em R$ 2,917 bilhões.

O número final será inflado pela preparação de pontos turísticos da cidade que terão provas ao ar livre (como Hampton Court e The Mall), necessidades de última hora e aprontos finais. Esse processo inclui a instalação, entre outros, de itens como áreas VIPs, placares eletrônicos, equipamentos de cronometragem, bilheterias, balcões de informação e lixeiras.

Mesmo assim, a Grã-Bretanha conseguiu ser mais econômica que a China, que consumiu com as sedes olímpicas cerca de R$ 450 milhões a mais para viabilizar a Olimpíada de 2008.

A Olimpíada do Rio-2016, daqui a quatro anos, previu em seu dossiê de candidatura um investimento de R$ 1,518 bilhão, entre verba pública (R$ 953 milhões) e originária do Comitê Organizador (R$ 565 milhões), nas instalações olímpicas.

O Estádio Olímpico de Londres, local das disputas do atletismo, foi o que mais ônus causou para os cofres londrinos. Saiu por R$ 1,35 bilhão e foi finalizado em março de 2011, três meses antes do prazo previsto. O mais importante palco dos Jogos Olímpicos (abrigará também as cerimônias de abertura e encerramento) tem capacidade para 80 mil pessoas.

OS + CAROS: CUSTO E CAPACIDADE

Estádio Olímpico R$ 1,35 bilhão 80 mil
Centro Aquático R$ 730 milhões 17,5 mil
Velódromo R$ 218 milhões 6 mil
Caixa de Cobre R$ 120 milhões 7 mil
Arena de Basquete R$ 114 milhões 12 mil

A segunda sede mais cara é o Centro Aquático, que abrigará a natação, os saltos ornamentais e o nado sincronizado, além de uma das cinco provas do pentatlo moderno. Custou R$ 730 milhões, um pouco acima da metade do preço do Estádio Olímpico, mas poderá receber menos de um quarto do público do seu  vizinho mais portentoso: 17,5 mil.

Já o Velódromo, que comporta 6.000 espectadores e onde acontecerá o ciclismo de pista, requereu R$ 218 milhões. Ele é considerado ultraveloz e, assim, traz consigo a promessa de quebra de vários recordes durante a Olimpíada.

Não foi necessário investimento da organização de Londres-2012 em arenas que já estavam preparadas para receber os eventos, casos dos estádios de futebol e da Arena de vôlei.  

70% em Londres

Das 30 sedes olímpicas, oito ficam bem próximas, concentradas no Parque Olímpico, 13 se situam fora desse perímetro, porém também em Londres, e as nove restantes, ou 30% do total, estão em outras cidades (cinco dessas receberão jogos de futebol).

A maior parte das instalações sediará até dois esportes. Uma exceção que foge muito desse padrão é o Complexo ExCel, com sete modalidades. O ExCel será o “centro” dos duelos corporais (terá boxe, lutas, taekwondo e judô, além da esgrima).

Somados, os 30 locais de provas da Olimpíada deste ano têm capacidade para receber 711,4 mil pessoas simultaneamente. O maior é o estádio de Wembley, que, lotado, comporta 90 mil torcedores.

* Colaborou Vinicius Konchinski, do UOL, no Rio de Janeiro

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