Crise financeira na Itália põe fim à candidatura de Roma à Olimpíada de 2020
Do UOL, em São Paulo
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Claudio Onorati/EFE
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, negou autorização para o país concorrer à Olimpíada
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O governo italiano, dirigido pelo primeiro-ministro Mario Monti, negou sua autorização nesta terça-feira para que Roma apresente sua candidatura aos Jogos Olímpicos de 2020, disputada também por Madri, Doha, Istambul, Tóquio e Baku.
Em uma coletiva de imprensa em Roma, convocada após uma reunião do conselho dos ministros, Monti disse que o executivo não se vê em posição de assumir a garantia financeira que o Comitê Olímpico Internacional pede aos governos das cidades candidatas.
Monti disse que seu gabinete analisou o projeto apresentado pelo comitê organizador e ressaltou que este merece um “elogio”, mas assinalou que o Executivo não se vê capaz de assumir um compromisso financeiro que poderia pesar sobre as finanças do país.
“O Comitê Olímpico Internacional pede uma carta do chefe de governo em que nela assuma o compromisso de garantia financeira. O governo deve comprometer-se a cobrir qualquer eventual deficit. Nosso governo refletiu sobre este aspecto e chegamos à conclusão unânime de que não seria responsável assumir este compromisso”, lamentou Monti.
Questionado sobre por que a Espanha, que também passa por problemas financeiros, prossegue adiante com a candidatura de Madri, o tecnocrata que ocupa a posição de primeiro-ministro recusou-se a avaliar as decisões do Executivo espanhol, a quem expressou uma “grande consideração”.
Após a decisão anunciada por Monti, o presidente do Coni (Comitê Olímpico Nacional italiano), Gianni Petrucci, avaliou que a decisão do governo era como um sonho interrompido e lamentou que ela tenha saído apenas no dia em que acabava o prazo para apresentar a documentação necessária.
“Aceito a decisão, mas gostaria de ter havido maior respeito, nos dizer no último dia não foi bonito”, reclamou Petrucci, que ressaltou o trabalho dos organizadores da candidatura.
“É necessário cortar, mas também investir, e Roma-2020 era precisamente isso. Repito que nossa equipe não fez nada que pode ser recriminado, o projeto era perfeito, e isso Monti também reconheceu. Infelizmente, o governo neste momento não considerou apoiar a candidatura.”