Brasileiros estreiam em 2012 em competição com a nata do judô e vital na corrida olímpica
Do UOL, em São Paulo
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Javier Galeano/AP
Tiago Camilo, da categoria até 90 kg e bronze em Pequim-2008, estará em ação no Masters
Em busca de pontos no ranking mundial que os ajudem a assegurar a vaga na Olimpíada de Londres, 14 atletas brasileiros competem neste sábado e domingo no Masters de judô, em Almaty (Cazaquistão).
O Masters é considerado um dos torneios mais difíceis de ser vencido, pois reúne a nata do esporte: podem participar apenas os 16 mais colocados do ranking. Nessa competição, o Brasil terá representantes em 12 das 14 classes que integram o programa olímpico. O Cazaquistão, por ser o país-sede, pode escalar um judoca em todas as categorias.
Os representantes brasileiros são: Felipe Kitadai (até 60 kg), Leandro Cunha (até 66 kg), Bruno Mendonça (até 73 kg), Tiago Camilo e Hugo Pessanha (até 90 kg), Luciano Correa (até 100 kg), Rafael Silva e Daniel Hernandes (mais de 100 kg); Sarah Menezes (até 48 kg), Erika Miranda (até 52 kg), Rafaela Silva (até 57 kg), Mariana Silva (até 63 kg), Mayra Aguiar (até 78 kg) e Maria Suelen Altheman (mais de 78 kg).
Camilo (quarto colocado em sua categoria), Sarah (terceira), Mayra (quarta) e Erika (sexta) são os mais bem colocados nas listas mundiais da Federação Internacional de Judô.
BRONZE EM PEQUIM-2008, KETLEYN NÃO DEVE ESTAR EM LONDRES
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Grata surpresa para o Brasil na Olimpíada de Pequim, quatro anos atrás, quando faturou a medalha de bronze, Ketleyn Quadros, hoje com 25 anos, dificilmente competirá nos tatames londrinos. Até está bem colocada no ranking mundial (é top 20), mas, com 466 pontos, está muito longe de sua concorrente nacional na disputa, a teen Rafaela Silva, 19 anos, que soma 954 e ocupa o top 10. No atual panorama, apenas uma lesão de Rafaela dará chance a Ketleyn de tentar outro pódio olímpico.
Haverá especial interesse nas categorias até 90 kg e acima de 100 kg, pois ambas apresentam cenário de disputa interna na corrida rumo a Londres-2012. Na primeira, Pessanha, décimo no ranking, tenta diminuir a vantagem de Camilo, que é de 90 pontos; na segunda, o duelo é entre Silva (sexto) e Hernandes (décimo). Noventa e seis pontos os separam.
O Masters de Almaty é uma das melhores oportunidades para a soma de pontos, podendo fazer a diferença no final: oferece 400 pontos ao campeão, 240 para o vice-campeão, 160 para o medalhista de bronze. “Uma vitória na primeira rodada já garante 80 pontos, quase o mesmo do que o vencedor de uma etapa de Copa do Mundo, que precisa lutar cinco vezes para ser campeão”, afirma o coordenador técnico da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Ney Wilson.
O judô é considerado um dos esportes em que o Brasil mais tem chance de apresentar um grande desempenho na Olimpíada de Londres, que começa no dia 27 de julho. Se o ranking fosse fechado hoje (valerá a lista de 30 de abril), o país estaria representado em todas as 14 categorias. E todos os judocas têm chance (maior ou menor) de conquistar uma medalha.
Na Olimpíada de Pequim-2008, o judô brasileiro obteve três medalhas, todas de bronze, com Leandro Guilheiro (até 73 kg), Tiago Camilo (até 81 kg) e Ketleyn Quadros (até 57 kg).
Guilheiro, atualmente o segundo do ranking na categoria até 81 kg e com uma pontuação mais que confortável na corrida olímpica, decidiu não competir no Masters. A edição cazaque será a terceira do evento. Em 2009, a sede foi a Coreia do Sul; em 2010, o Azerbaijão.