Thiago Pereira trabalhará diariamente ao lado de Cesar Cielo até as Olimpíadas de Londres, em julho de 2012. Depois de pouco mais de dois anos treinando nos Estados Unidos, o brasileiro que mais conquistou medalhas em Pans (12) decidiu voltar ao Brasil para integrar o PRO 16, grupo criado por Cielo e chefiado por Alberto Silva, técnico do campeão olímpico. O treino de força de Albertinho, inclusive, pesou na decisão.

O convite surgiu neste ano e foi feito pessoalmente por Cielo. Depois do Mundial de Xangai, em julho, Thiago Pereira decidiu experimentar a estrutura do P.R.O. 16 (Projeto Rumo ao Ouro em 2016). Conheceu o método de Albertinho e, apesar de gostar dos treinos nos Estados Unidos, preferiu apostar no projeto do campeão olímpico.

“Acabei gostando bastante da estrutura e do método do Albertinho, que foca muito o trabalho de força, algo que sempre deixei de lado. Agora faço menos treinos na água e muito mais exercícios de força. Nunca foi assim e acho que isso pode ser o diferencial nas Olimpíadas”, projetou Thiago Pereira.

Albertinho pensa da mesma maneira. “Não quero transformar o Thiago fisicamente, mas sim manter o que ele já tem de bom e acrescentar aquilo que ele deixou de lado esses anos todos. Talvez aí esteja a diferença entre chegar perto e conquistar a medalha olímpica. E isso só funciona porque ele já é um atleta formado, experiente, e já tem muita técnica, praticou isso a vida toda.”

Desde agosto experimentando os treinos de Albertinho, Thiago Pereira admite que ainda sofre um pouco com o novo planejamento. As primeiras semanas foram ainda mais difíceis. Culpa do esforço na academia que ele frequenta três vezes por semana, dias em que trabalha em dois períodos.

“Estou pegando bem pesado, sinto até a diferença no treino, porque o corpo fica mais pesado na água e demora a se adaptar. Às vezes fico meio emburrado, mas o Albertinho fala que eu preciso entender a importância disso. Agora já estou mais tranquilo e até emagreci 3 kg. Quero perder um pouco mais”, contou o nadador.

A dieta, a mudança para São Paulo e a convivência com Cielo têm o mesmo objetivo: faturar sua primeira medalha olímpica. Ele já esteve em três finais, mas nunca subiu ao pódio. Em Atenas-2004, ele ficou em quinto nos 200 m medley. Quatro anos mais tarde, em Pequim, terminou em quarto na mesma prova e foi o oitavo nos 400 m medley.