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Lições da Dinamarca: bebedeira com strip levou o time ao topo do handebol

Al Bello/Getty Images
Jogadoras da Dinamarca em festa nos Jogos de 2004; noitada antecedeu tri olímpico imagem: Al Bello/Getty Images

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Kolding (Dinamarca)

A Dinamarca conquistou, em 2004, o maior feito que uma seleção de handebol já conseguiu: um tricampeonato olímpico. O caminho para Atenas, porém, não foi só de treinos pesados, concentração e linha-dura. Antes de chegar ao topo do esporte, o time feminino do país passou por uma noite de bebedeira com direito a strip durante a preparação.

Quem contou a peripécia foi o próprio treinador das campeãs, Jan Pytlick, que lançou um livro autobiográfico no último mês. “Pytlick – Lutador da comunidade” (em tradução livre para português) conta a experiência do dinamarquês à frente da seleção de seu país – ele foi responsável por dois dos três títulos olímpicos da seleção.

Na última semana ele contou, em entrevista ao jornal Ekstra Bladet, sobre a noite que marcou a preparação da equipe para aqueles Jogos Olímpicos. Na época, a seleção estava treinando na cidade de Aalborg para um amistoso contra a Noruega, maior rival da Dinamarca. Convidadas por um patrocinador para um jantar, as meninas foram surpreendidas por uma refeição regada a vinho, champanhe e música.

“Não foi nada planejado. Quando eu cheguei e olhei para todos aqueles copos eu pensei: ‘Meu Deus, o que vamos fazer?’ Foi uma noite realmente maluca. Todos nós ficamos bêbados”, contou Pytlick.

Nick Laham/Getty Images
Rikke Schmidt, bicampeã olímpica, contou sobre a noitada ao UOL Esporte imagem: Nick Laham/Getty Images

O jornal Ekstra Bladet conta que a noitada chegou ao ápice quando a banda tocou “You can leave or hat on”, de Joe Cocker, música que ficou eternizada como tema de strip-teases no cinema americano. Segundo a publicação, um dos homens presentes levou a “proposta” a sério e tirou a roupa, arrancando gargalhadas da seleção dinamarquesa que estava presente. Lotte Kiarskou, da Dinamarca, chegou a assumir a bateria temporariamente.

“Foi depois de uma sessão de treino. Ninguém esperava mesmo que aquilo fosse acontecer. Tinha copos por todo canto as coisas foram acontecendo [risos]. Mas tudo bem fazer aquilo, porque não acontecia todo dia. Eram poucas vezes no ano”, disse Rikke Schmidt, bicampeã olímpica e goleira daquele time, em entrevista ao UOL Esporte.

O episódio passou 11 anos nos bastidores, mas agora as partes envolvidas defendem a atitude dinamarquesa. No dia seguinte à noitada, a seleção conseguiu vencer o amistoso contra a Noruega, engrenou e conquistaria as Olimpíadas alguns dias depois.

“Nós treinávamos muito naquele tempo. Eram dois períodos todos os dias e mesmo quando íamos para casa tínhamos coisas a fazer. Só que fazíamos outras coisas juntas além do handebol. Chegamos a viajar juntas de barco. Tínhamos um time que era muito próximo, isso ajuda muito”, disse Rikke Schmidt.

“Foi especial. Todo o objetivo do meu livro é a comunidade e você precisa construir algumas histórias se quiser alcançar algo. Isso ajuda a manter um time unido. É como uma festa de fim de ano em uma empresa”, disse Pytlick. 

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