Seleção feminina poupa titulares e atropela Congo no Mundial de handebol
Passado o sufoco da estreia contra a Coreia do Sul, o Brasil voltou à quadra e se deu ao luxo de poupar algumas de suas titulares no Mundial de handebol. Contra a frágil seleção de Congo, em Kolding, na Dinamarca, o técnico Morten Soubak escalou um time misto e mesmo assim viu suas pupilas vencerem por 26 a 11.
O empate entre França e Coreia do Sul por 22 a 22 na sequência, deixou o Brasil na liderança da chave. O time nacional está empatado com as francesas com três pontos, mas leva vantagem no saldo de gols.
"Jogamos bem defensivamente. Levamos só quatro gols em 30 minutos [no primeiro tempo], isso é algo raro. Estão de parabéns", definiu Morten Soubak, que também valorizou a participação das reservas na vitória.
O resultado mantém o Brasil como forte candidato à liderança do Grupo C. Com Alemanha, Argentina e França pela frente, a seleção precisa torcer para que a Coreia do Sul tropece para que dependa só de si para ser primeira colocada. A conquista da chave é importante no Mundial de handebol para que as atuais campeãs mundiais fujam de um confronto mais complicado já nas oitavas.
E tudo isso podendo equilibrar o desgaste do elenco. Alê, Dara, Larissa e Babi, titulares, começaram no banco de Célia, Tamires, Fernanda e Mayssa começaram jogando. Ao longo do jogo, Morten abusou das substituições e deu rodagem a todas as jogadoras do time, inclusive as menos experientes.
O sucesso do expediente é um reflexo da fragilidade das rivais. Se a estreia foi tão dura quanto o Brasil esperava, com gol de empate no segundo final, o segundo jogo foi previsivelmente fácil. Sem tradição no esporte, Congo faz sua primeira aparição em Mundiais e não tinha grandes expectativas. Mas não pense que elas se portaram como fãs, admiradoras ou algo do tipo.
Apesar de pouco disputado, o jogo foi bastante físico. Duda chegou a receber uma unhada no rosto e Ana Paula teve o cabelo puxado por uma adversária na hora de um arremesso. É um reflexo do estilo das jogadoras de Congo, que um dia antes chegaram a discutir entre si durante um treino, com direito a corte no rosto e muito choro, como mostrou o Sportv.
"O Morten colocou como exemplo Cuba. Elas não são tão boas tecnicamente, mas são muito fortes fisicamente. É um bom treino", disse Alê, eleita a melhor em quadra. "Nós sabíamos que seria assim. Eu achei bom porque Ana Paula, Fran e Bruna, que são menores, conseguiram se sair bem", concluiu Morten.
O Brasil reagiu da melhor forma. Devolveu a marcação dura, repetindo até as sequências de punições que complicaram no primeiro jogo, e atacou com precisão. No primeiro tempo, a falta de coordenação ofensiva de Congo permitiu muitos contra-ataques à seleção. Não por acaso, a ponta-direita Célia foi para o intervalo como artilheira do jogo, com cinco bolas nas redes em lances do tipo.
Na etapa final, Congo reduziu o ritmo, cedeu menos espaços e mudou a dinâmica da partida. O Brasil passou a atacar com mais calma e fez a diferença do placar passar dos dez gols. Serviu para a festa da torcida, que, liderada pelos “Chapolins”, estendeu até bandeirão na arquibancada em Kolding.
Depois de bater Congo, o Brasil volta à quadra já nesta terça-feira. Às 17h30 (horário de Brasília), a seleção vai enfrentar a Alemanha com acompanhamento ao vivo pelo Placar UOL Esporte.