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Americanos criticam arenas da Rio-2016 e emitem carta pedindo mudanças

Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br
Imagem captada em agosto mostra o estágio das obras do parque olímpico da Barra da Tijuca para os Jogos do Rio-2016 imagem: Miriam Jeske/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

A United States Aquatic Sports, entidade responsável pelos esportes aquáticos dos Estados Unidos, ampliou nesta semana a discussão em torno da estrutura que essas modalidades vão ter nos Jogos Olímpicos de 2016, que serão disputados no Rio de Janeiro. Os norte-americanos endossaram críticas que a federação internacional (Fina) havia feito ao projeto carioca e cobraram ação do prefeito Eduardo Paes (PMDB).

“Esperamos que o prefeito Eduardo Paes reconsidere sua decisão e implemente os pedidos da Fina para garantir a segurança dos atletas e o mais alto nível de competição nos Jogos Olímpicos de 2016”, cobrou a United States Aquatic Sports.

Segundo o comunicado, que foi escrito no dia 16 de setembro e depois publicado no site da United States Aquatic Sports, as críticas dos norte-americanos estão alicerçadas em três pontos: o tamanho do parque aquático, a concentração de três modalidades em apenas uma estrutura (saltos ornamentais, nado sincronizado e polo aquático terão eventos no parque aquático Maria Lenk) e a qualidade da água de Copacabana, sede da maratona aquática.

“Nós nos juntamos à Fina ao expressar preocupação sobre uma aparente falta de cooperação e de comprometimento com a segurança dos atletas e com o sucesso deles em todas as modalidades aquáticas”, completou o comunicado.

As críticas dos norte-americanos praticamente repetem a argumentação usada anteriormente pela Fina. A entidade atacou a organização da Rio-2016 e a prefeitura do Rio de Janeiro em documento assinado pelo presidente Julio Maglione.

O estopim para a reclamação da Fina foi a entidade ter ficado sabendo que o projeto do parque aquático da natação seria readequado. Segundo eles, uma mudança de design reduziria a capacidade do aparato de 18 mil para algo entre 12.500 e 13 mil espectadores – Londres-2012 teve um equipamento com 17.500 lugares.

Autoridades ligadas aos Jogos reafirmaram depois disso que o parque aquático terá 18 mil lugares, mas existe uma questão sobre pontos cegos. Ao menos 1400 assentos (7,8%) têm visão comprometida parcial ou totalmente e não serão comercializados – o que não quer dizer que eles ficarão vazios.

Quanto à concentração de modalidades no Maria Lenk, trata-se de uma questão logística. A primeira fase do polo aquático seria disputada no parque aquático Júlio Delamare, mas isso implicaria em uma reforma orçada em pelo menos R$ 70 milhões. Em maio de 2015, o aparato foi excluído da Rio-2016.

Sem o Júlio Delamare, a primeira fase do polo aquático não pôde ser realocada no parque olímpico, sede dos jogos finais, porque o calendário coincidirá com a natação. Isso transformou o Maria Lenk em única alternativa viável.

O acúmulo de modalidades, porém, é apenas parte do problema no Maria Lenk. Em abril de 2015, o UOL Esporte publicou reportagem sobre os efeitos que a falta de teto do espaço pode ter para a disputa dos saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos. Desde Atlanta-1996, a modalidade sempre foi disputada em equipamentos cobertos.

Como as críticas dos norte-americanos apenas endossaram o que já havia sido dito pela Fina, a prefeitura do Rio de Janeiro manteve a defesa que havia feito na semana passada. A nota emitida pelo órgão municipal na ocasião dizia o seguinte: “Sempre foi de conhecimento do COI e da Federação Internacional de Natação (Fina) que o Maria Lenk não possui cobertura. A prefeitura entende o desejo da Fina, mas em nome da racionalidade de recursos públicos o município não se comprometeu com a construção dessa estrutura extra. Com base no mesmo preceito da economia de recursos públicos, decidiu-se por uma cobertura mais simples no Estádio Aquático, que é uma instalação temporária e já está 90% concluída. O projeto e tamanho desta arena sempre foi de conhecimento dos organizadores e da federação”.

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