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Saco plástico atrapalha dupla brasileira e vira polêmica em evento da vela

Wander Roberto/inovafoto
Evento foi realizado na Baía de Guanabara, em meio às críticas pela poluição das águas imagem: Wander Roberto/inovafoto

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Num contexto em que a poluição da água foi o assunto mais abordado durante a semana, um saco plástico virou personagem no último dia do evento-teste da vela para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. Segundo o ex-velejador Lars Grael, 51, foi esse um dos problemas enfrentados pela dupla formada por Samuel Albrecht e Isabel Swan, que ficou com a 15ª posição da classe Nacra.

"Samuel e a Isabel Swan tiveram uma regata em que um plástico grande prendeu no leme deles, e isso foi fora da baía. O leme deles desarmou, e o barco então saiu do rumo. Eles tiveram uma capotagem e atribuíram isso ao plástico. Acontece, mas é um tipo de situação que não pode acontecer durante a Olimpíada", relatou Lars Grael, dono de duas medalhas de bronze olímpicas (Seul-1988 e Atlanta-1996) e atual presidente da Comissão Nacional de Atletas.

O incidente relatado por Lars Grael mostra um dos problemas na preparação do Brasil para receber a vela nos Jogos Olímpicos. O país passa por um plano contingencial para a Baía de Guanabara, mas ainda não há algo similar em águas abertas.

Dentro da baía, existe um trabalho feito atualmente com nove ecobarcos para recolhimento de resíduos sólidos, além de ecobarreiras para uma espécie de filtragem da água. Para o ano que vem, a ideia é que sejam 17 embarcações com essa finalidade, mas todo esse processo é feito apenas no interior da Baía de Guanabara.

O evento-teste de 2015 utilizou seis raias, uma a mais do que no ano anterior. Três delas ficam fora da Baía de Guanabara.

"Num esporte como a vela, tudo pode acontecer na água. Em 2011, no Mundial, alguns velejadores tiveram problemas com algas. Acho que ninguém espera um oceano completamente limpo e livre das coisas. O que nós temos de fazer é tentar limpar o máximo que pudermos", disse Alistair Fox, diretor de competições da Isaf (federação internacional de vela, na sigla em inglês).

A única regata em que Samuel e Isabel não concluíram o percurso foi a décima, realizada na quinta-feira (20). Os dois atletas foram procurados para falar sobre o assunto, mas não atenderam as ligações até a publicação do texto.

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