Atleta que caiu na Baía em evento-teste passa mal e técnico culpa poluição
Com desidratação, vômitos e dores de cabeça, o sul-coreano Cho Won-woo interrompeu sua participação no evento-teste da Vela para os Jogos Olímpicos de 2016 e foi parar em um hospital no Rio de Janeiro na última terça. O mal estar ocorreu um dia depois dele ter caído na água da Baía de Guanabara durante a competição, o que volta a levantar questões sobre a poluição no local.
Embora não haja nenhum exame que comprove que foi a água da Baía que causou o problema, o técnico do atleta foi enfático ao apontar um culpado.
“Ele parece ter sido infectado com algum vírus no local da competição que deveria ser limpo e seguro como uma sede olímpica. Eu espero que isso não aconteça novamente não apenas para nós, mas para todos os velejadores que competem no mesmo lugar”, escreveu Danny Ok, técnico do sul-coreano, em seu Facebook no dia da internação, assustado com a situação.
“Mais de dez anos de esforço podem ser destruídos em um dia. Essa não é uma situação de emergência, mas é desapontador. Ele está doente desde a última noite com febre alta, vômitos e calafrios e agora está completamente desidratado”, escreveu ele em sua primeira mensagem.
Won-woo, no entanto, conseguiu se recuperar e chegou a voltar a competir no evento-teste. Por meio do Facebook, o sul-coreano tranquilizou amigos e fãs. “Obrigado a todos por teres se preocupado comigo”.
Segundo a agência AP, Won-woo foi um dos quatro atletas que caíram na água durante os primeiros dias do evento-teste. Em entrevista ao veículo, Danny Ok reclamou bastante da qualidade das águas que receberão os Jogos Olímpicos do ano que vem.
“Especialmente na Baía, é terrível. Eu não consigo imaginar como eles podem velejar nessas condições”, disse Ok, acrescentando que a água estava cheirando mal.
A organização da Rio 2016 reiterou que não há comprovação de relação direta entre a contaminação da Baía e o problema de saúde de Won-woo. “Em uma disputa com 326 atletas e 68 oficiais técnicos na água, a equipe médica da Isaf [Federação Internacional de Vela, na sigla em inglês] recebeu só dois casos nos cinco dias de competição”, disseram os dirigentes, ressaltando que os números são considerados positivos.
“A Isaf confirmou que esse número é significativamente menor que a média em uma regata deste tamanho. Entre 326 atletas é normal que alguns tenham problemas de saúde quando viajam e competem em ambientes desconhecidos”, disse a organização à BBC.