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Por que ninguém quer sediar a Olimpíada Universitária?

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Rebelo (meio) e Queiroz (esq) comemoram eleição de Brasília como sede da Universíade imagem: Divulgação

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Brasil conquistou no final de 2013 o direito de organizar mais um megaevento esportivo. Depois de o país ter sido escolhido sede da Copa do Mundo de 2014 e o Rio de Janeiro virar a cidade da Olimpíada de 2016, Brasília foi apontada pela Fisu (Federação Internacional do Esporte Universitário) como local dos Jogos Universitários, Universíade, de 2019.

A escolha, na época, foi comemorada pelo governo do Distrito Federal e o Ministério do Esporte (veja foto acima). Um ano depois, entretanto, virou um problema não só para a capital, mas para todo país.

Sem dinheiro, Brasília desistiu de sediar a Universíade. O governo federal, então, passou a procurar uma nova cidade brasileira para a realização do evento. Acontece que, até agora, ninguém demonstrou interesse nos Jogos Universitários.

A desistência de Brasília foi anunciada ainda no ano passado. Na época, o governo de Agnelo Queiroz (PT) informou que não tinha como arcar com taxa de 23 milhões de euros (cerca de R$ 73 milhões, no câmbio atual) que teria que ser paga à Fisu ainda antes do início da preparação da capital federal para os Jogos.

O ano mudou e o governo também. No dia 1º de janeiro, Rodrigo Rollenberg (PSB) assumiu o governo do Distrito Federal. Dias depois, o pastor George Hilton (PRB) chegou ao Ministério do Esporte. Em reunião, eles discutiram ainda no primeiro mês do ano a possibilidade de Brasília voltar atrás e confirmar a organização da Universíade. Não deu certo.

Hilton e sua equipe, então, passaram a negociar com vários cidades do país a realização dos Jogos Universitários. O problema é que, em dois meses de conversas, nenhuma quis assumir o compromisso de sediar o evento.

O próprio ministro do Esporte já conversou com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sobre o assunto. Paes não quis receber a Universíade.

Depois, foi a vez de Hilton falar com os secretários de Esporte do Ceará, David Durand; de São Paulo, Jean Madeira; e Minas Gerais, Carlos Henrique. Todos são colegas de partido de George Hilton. Nenhum, entretanto, deu qualquer sinal concreto de que pode  trazer a Univesíade para seu Estado.

Procurada pelo UOL Esporte, Minas também negou-se a sediar os Jogos Universitários alegando os altos custos do evento. “O Governo de Minas Gerais e a Prefeitura Municipal não puderam aceitar o convite, devido ao momento financeiro por que passam as duas instituições”, informou a Secretaria Estadual de Esporte.

O secretário executivo do ministério, Ricardo Leyser, já afirmou que o governo tem definir neste mês uma nova sede brasileira para os Jogos Universitários caso queira mesmo que o evento seja realizado no país. O pagamento da taxa milionária para a Fisu logo no ato da confirmação da realização da Universíade, contudo, tem afastado interessados.

Além disso, a cidade ou o Estado que se dispuserem a sediar a Univesíade terá que arcar com a organização do evento em si. Brasília, por exemplo, estimava gastar cerca de R$ 2,2 bilhões com obras para os Jogos Universitários .

Os jogos são considerados um dos maiores eventos esportivos do mundo. Cada edição da Universíade reúne cerca de 10 mil atletas, de 150 países. A Olimpíada de 2016, por exemplo, deve reunir 11 mil.

VEJA COMO SERÁ O PARQUE OLÍMPICO DA RIO-2016

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