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Jogo de empurra sobre ar condicionado atrasa centro de mídia da Rio-2016

Divulgação/Portal Brasil 2016
Centro Internacional de Transmissão da Rio-2016 é maior prédio do Parque Olímpico imagem: Divulgação/Portal Brasil 2016

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

Um jogo de empurra sobre a instalação de um enorme aparelho de ar condicionado acabou adiando em pelo menos dois meses a abertura do centro internacional de transmissão (IBC, na sigla em inglês) da Olimpíada de 2016. Maior edificação em construção no Parque Olímpico do Rio, o IBC deveria ser inaugurado faltando exatamente um ano para o início dos Jogos Olímpicos, ou seja, em agosto. Isso, porém, não vai acontecer. E o adiamento tem a ver com uma conta de R$ 200 milhões.

Isso é quanto deve custar o aparelho de ar condicionado que será instalado no IBC. O equipamento será o maior já montado na América do Sul e terá capacidade para refrigerar um prédio de 62 mil metros quadrados, com 12 estúdios de televisão, onde trabalharão cerca de 10 mil profissionais de mídia durante a Olimpíada.

O sistema de refrigeração é tamanho que ninguém quis assumir a responsabilidade de pagar por ele. Por meses, um jogo de empurra sobre o ar condicionado movimentou negociações entre empresas, governos e o Comitê Organizador da Rio-2016. Toda essa discussão acabou adiando para novembro a abertura do IBC.

A construção do prédio do IBC é uma responsabilidade assumida pela Prefeitura do Rio de Janeiro. A obra começou em outubro de 2013 e é tocada pelo mesmo grupo de empresas contratado pelo município para providenciar toda a infraestrutura do Parque Olímpico da Rio-2016: o Consórcio Rio Mais, formado por Odebrecht Infraestrutura, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken.

No acordo da prefeitura com o consórcio, não estava previsto a instalação do ar condicionado no IBC. Por alguns meses, entretanto, o município discutiu com o grupo de empreiteiras a possibilidade de elas assumirem a responsabilidade de comprar e pôr para funcionar o sistema de refrigeração do centro de mídia.

A Rio Mais chegou a realizar uma tomada de preços para adquirir o ar condicionado do IBC. No final de 2014, entretanto, uma mudança de planos acabou empurrando para o Comitê Rio-2016 a conta do refrigerador.

O comitê aceitou pagar o ar condicionado. Isso, porém, só aconteceu depois que o órgão repassou ao governo a responsabilidade pelo pagamento dos projetos de energia dos Jogos. 

Enquanto isso era discutido, entretanto, o tempo necessário para a instalação do ar condicionado acabou comprometido. O Comitê Rio-2016 só conseguiu orçar o aparelho de refrigeração só em janeiro deste ano.  E, quando consultou empresas interessadas em vender o ar condicionado, já informou que ele só deve estar funcionando ao final de outubro, ou seja, depois do inicialmente combinado com o COI (Comitê Olímpico Internacional).

O COI é o maior interessado no IBC pois é ele, por meio de sua própria companhia, quem capta e transmite as imagens da Olimpíada. Essas imagens são repassadas de dentro do IBC a emissoras  de televisão autorizadas a exibir competições olímpicas. Essas emissoras pagam o COI pelo direito de exibir os Jogos.

Para que tudo esteja funcionando perfeitamente durante a Olimpíada, o COI solicita que o IBC seja aberto sempre um ano antes do início dos Jogos. No Rio de Janeiro, também foi assim. Apesar do atraso, o prefeito Eduardo Paes afirmou na semana passada, após reuniões com membros do comitê olímpico, que o atraso do IBC da Rio-2016 não prejudicará a transmissão dos Jogos.

“Já avisamos o pessoal da OBS [Serviço Olímpico de Transmissão, na sigla em inglês] sobre a abertura do IBC”, disse o prefeito. “Vai estar tudo certo para que eles possam trabalhar.”

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