UOL Olimpíadas 2008 Reportagens Especiais
 
De Ana Paula ao time de ginástica artística, e até o de vôlei, o Brasil chorou as perdas

De Ana Paula ao time de ginástica artística, e até o de vôlei, o Brasil chorou as perdas

Veja outros especiais em Pequim

25/08/2008 - 09h40

Brasil chora com conquistas e fracassos em Pequim

Rodrigo Bertolotto
Em Pequim (China)

O Brasil marcou sua presença em Pequim com choro. Até o velejador Robert Scheidt deu uma soluçada nas entrevistas depois da prata. Isso porque ele já tinha em sua coleção dois ouros e outra prata.

Caio Guatelli/Folha Imagem
Recorde em lágrimas, Jade chorou desde as eliminatórias até a final dos Jogos
Fla´vio Florido/UOL
Sem lágrimas, Ketleyn exibe o bronze conquistado nas Olimpíadas de Pequim
AS MELHORES IMAGENS DE PEQUIM
PALPITE SOBRE OS JOGOS
BRASIL DE CONQUISTA E FRACASSO
INVESTIMENTO RECORDE X MEDALHAS
DESEMPENHO É INFERIOR A ATLANTA
Só mesmo a judoca Ketleyn Quadros não verteu uma lágrima após ser a primeira brasileira a vencer uma medalha individual em Olimpíadas. Parecia que ela não tinha dimensão do que tinha acabado de fazer ao levar o bronze da categoria leve. "Acho que não caiu a ficha", foi a frase-padrão dela do momento em que venceu a disputa de terceiro lugar até a chegada ao Brasil.

A campeã do choro coletivo, porém, foi a equipe de ginástica artística. Jade Barbosa chorou com bons e maus resultados, e o clima contaminou Daiane dos Santos e companhia. Jade chorou nas preliminares e nas decisões. E as lágrimas pegaram em todas as integrantes do time, incluindo no favorito no solo, Diego Hypólito. Ele saiu de sua prova de solo sem conseguir falar. De tanta emoção, só deu declarações dois dias depois.

Já no chororô individual, a vencedora foi Ana Paula, que foi chamada de última hora para fazer dupla com Larissa no vôlei de praia. Ela chorou a cada final de partida. E, quando foi eliminada nas quartas-de-final, chorou cinco vezes - uma até em inglês, afinal, estava respondendo para a imprensa internacional sobre seu filho.

Impassível quando levou o bronze nos 100 metros livres, César Cielo caiu no choro ao ganhar o ouro nos 50 metros. Ele lagrimejou no pódio, na entrevista coletiva e na frente das câmeras.

Maureen também abriu o berreiro no pódio. "Só dei uma cochilada à noite. Acordei chorando, com a medalha ao lado. Foi um momento só meu", contou sobre o dia seguinte da conquista no salto em distância. Jadel Gregório, que terminou só em sexto no salto triplo, se entristeceu quando lembrou a preparação. "Eu tentei, dei o meu melhor", disse o saltador, antes de ficar com os olhos marejados.

Já no vôlei, a grande maioria chorou. No feminino, as lágrimas foram generalizadas depois do cala-boca aos críticos (elas botaram o dedo na boca em sinal de silêncio para as câmeras, lembrando de Atenas-2004, quando ficaram no quarto lugar). No masculino, Bruno desabou quando a bola caiu na quadra, Marcelinho chorou no pódio e o restante da equipe prateada chorou quando foi levado para os estúdios da TV Globo, incluindo o técnico Bernardinho. Ou seja, como o refrão cantado nos estádios, ninguém pára esse chororô.

Compartilhe: