UOL Olimpíadas 2008 Modalidades Olímpicas
 

Vela

Divulgação/COB

Robert Scheidt e Bruno Prada comemoram a prata na classe Star

Confira o desempenho dos brasileiros

26/08/2008 - 09h46

Sem medalha de ouro, Brasil comemora feitos inéditos na vela

Do UOL Esporte

Em São Paulo

Embora não tenha superado os dois ouros conquistados em Atenas-2004, a vela brasileira encerrou a participação em Pequim com feitos históricos. A primeira medalha olímpica conquistada por mulheres veio com o bronze de Fernanda Oliveira e Isabel Swan. Já a prata na classe Star consagrou o ídolo Robert Scheidt, que se tornou o primeiro brasileiro com quatro pódios em quatro edições dos Jogos consecutivas.

VELA BRASILEIRA NAS OLIMPÍADAS
AFP
Bruno Prada e Robert Scheidt fecharam a participação da vela brasileira com a prata
Divulgação/COB
Fernanda Oliveira e Isabel Swan foram as primeiras do país a subir no pódio na vela
Divulgação/COB
Ricardo Winicki, o Bimba, foi a Pequim pressionado e acabou na quinta posição
SCHEIDT E PRADA FICAM EM SEGUNDO
PRIMEIRO PÓDIO FEMININO NA VELA
VELA PASSA JUDÔ EM MEDALHAS

A conquista do bicampeão olímpico na classe Laser veio após uma campanha de superação. Desde 2006 velejando no barco Star com o proeiro Bruno Prada, Scheidt chegou em Pequim já como campeão mundial da categoria. Mas a dupla teve um começo preocupante na raia de Qingdao, e só foi se recuperar na reta final da competição, com quatro terceiros lugares seguidos.

O último foi na regata da medalha, utilizada pela primeira vez em Olimpíadas nos Jogos de Pequim. A Medal Race vale o dobro dos pontos, não pode ser descartada, serve como critério de desempate e define o pódio entre os dez melhores colocados.

Scheidt e Prada, que já garantiriam o bronze com o terceiro lugar na regata da medalha, ainda contaram com a sorte para levar a prata, já que a embarcação sueca ficou em último na prova decisiva e abriu caminho para os brasileiros terminarem em segundo na classificação final. A conquista manteve a tradição brasileira na classe Star, que vem trazendo medalhas desde Atlanta-1996 com Torben Grael, o maior atleta olímpico do país.

Já a medalha que poucos esperavam veio na classe 470, com a gaúcha Fernanda Oliveira e a carioca Isabel Swan mostrando o mesmo potencial de recuperação de Scheidt e Prada. A dupla começou mal e, aos poucos, foi encontrando o caminho dos bons resultados.

E deixaram a vitória para a hora mais decisiva - a regata da medalha. Por pouco não ficaram com a prata, mas o bronze já coroava uma trajetória vitoriosa construída longe dos holofotes desde 2005, na seqüência do 17º lugar alcançado por Fernanda em Atenas-2004, ao lado de Adriana Kostiw.

Quem estava sob pressão por conta do resultado nos Jogos anteriores era Ricardo Winicki, o Bimba, que competiu na classe RS:X, prancha a vela antes chamada de Mistral. O carioca deixou escapar a medalha em Atenas-2004 após liderar até a última regata. Em Pequim, ele chegou com a responsabilidade de campeão mundial e de esperança brasileira de pódio.

Bimba foi outro brasileiro que demorou a se adaptar ao vento fraco e inconstante da raia de Qingdao. Mas ele se recuperou e chegou a estar em quarto lugar. Porém, na última prova antes da regata da medalha, ele ficou em 33º lugar e jogou fora as chances de pódio. Terminou com um quinto lugar.

Na RS:X feminina, a brasileira Patrícia Freitas fez a sua estréia olímpica e terminou com um 18º lugar. Outro que competiu pela primeira vez nos Jogos foi o carioca Eduardo Couto, que migrara da classe Laser para a Finn. Couto teve uma boa campanha, mas queimou a largada da décima prova e ficou fora da regata da medalha, encerrando a participação com um 13º lugar.

O estreante com a maior responsabilidade foi o catarinense Bruno Fontes, substituto de Robert Scheidt na classe Laser. Mas os ventos de Qingdao não foram favoráveis ao brasileiro, que encerrou a participação em 27º. A dupla masculina da 470 Fabio Pillar e Samuel Albrecht também fez a estréia olímpica com um resultado a ser superado nas próximas edições. Após queimarem duas largadas, os brasileiros terminaram na 17ª posição.

Por outro lado, os representantes brasileiros na classe 49er fizeram bonito e chegaram pelo menos à regata da medalha. André Fonseca e Rodrigo Duarte venceram uma das provas e foram à decisão com poucas chances de pódio. O sétimo lugar na classificação final foi honroso para dois velejadores que bancaram a maior parte da campanha olímpica.

Ao encerramento das atividades no Centro de Vela de Qingdao, o Reino Unido consolidou a supremacia no esporte e terminou disparado na liderança do quadro de medalhas da modalidade. Um dos quatro ouros conquistados pelos britânicos veio numa virada heróica de Iain Percy e Andrew Simpson contra os suecos Fredrik Loof e Anders Ekstrom na regata da medalha em que Scheidt e Prada terminaram em terceiro e garantiram a prata.

Os australianos vieram logo em seguida no quadro de medalhas, com duas medalhas de ouro e uma de prata. Uma das conquistas da Austrália foi celebrada no mesmo pódio em que Fernanda Oliveira e Isabel Swan comemoraram o bronze inédito na classe 470, com o ouro conquistado por Elise Rechichi e Tessa Parkinson.

Outro destaque foi o primeiro ouro olímpico conquistado pela China na vela, com a vitória de Jian Yin na classe RS:X. Já a Lituânia chegou ao seu primeiro pódio no esporte graças a Gintare Volungeviciute, a namorada de Robert Scheidt, que levou a prata na Laser Radial.

Quem também fez história foi o britânico Ben Ainslie, campeão na classe Finn, que chegou à sua terceira medalha de ouro consecutiva. Ele chegou a ser comparado a Michael Phelps e Usain Bolt pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge.

Compartilhe: