Clã dos mares

Um dos pioneiros da engenharia naval brasileira tem ligação com o sucesso olímpico da vela brasileira: Preben Schmidt, que em 1936 ajudou a modernizar e popularizar a primeira classe de barcos do país, a Hagen Sharpie, criada em 1915. Preben é avô de Torben Grael, maior atleta olímpico brasileiro, dono de cinco medalhas, número inédito na vela olímpica mundial. Também fazem parte da família Lars Grael, dois bronzes olímpicos, e Eric e Axel Schmidt, primeiros brasileiros campeões mundiais, em 1961.

Volta ao mundo

Fora da vela de monotipo (barcos iguais, como disputado em Olimpíadas), Torben Grael também é a grande estrela da modalidade. Em 2000, foi o primeiro brasileiro a disputar a final da Copa América, a bordo do veleiro italiano Prada/Luna Rossa - ele voltou a competir pelos italianos do Luna Rossa nas últimas duas edições da competição. Em 2005, comandou o Brasil 1, primeiro barco brasileiro a disputar a Volvo Ocean Race, mais tradicional regata de volta ao mundo, em barcos de 70 pés.

Às avessas

Diferentemente do sistema de pontuação tradicional, o vencedor da regata na vela olímpica soma menos pontos que os demais competidores. Quanto melhor for a colocação, menos pontos são somados. A embarcação que completar primeiro o percurso perde apenas um ponto. O segundo colocado, por sua vez, perde dois pontos, o terceiro, três, e assim sucessivamente. Nesse sistema, os barcos que não conseguirem completar a regata perdem um ponto a mais que o número de competidores que participaram da prova.

VOCÊ SABIA?
  • A expressão cambar, a manobra de mudança de direção com o vento batendo na proa do barco, veio do inglês "come about", termo usado para chamar os tripulantes a mudarem de lado no barco e assim fazer o contrapeso necessário para o sucesso da manobra.
  • O barco da Star, dos bicampeões olímpicos Torben Grael e Marcelo Ferreira, é a mais antiga do programa olímpico: é disputada desde 1932, em Los Angeles. A mais nova é a RS:X, prancha a vela que substituiu a antiga Mistral.
  • Antes de Sydney-2000, foi decidido que a modalidade seria chamada de vela, e não mais de iatismo. O objetivo era acabar com a imagem de esporte caro. Foi a primeira vez na história olímpica em que um esporte mudou de nome.
  • As classes olímpicas não são as mesmas disputadas em Pan-Americanos por causa da pouca popularidade de alguns barcos. O Yingling, por exemplo, não existe por aqui. O Star é forte no Brasil, Argentina e Estados Unidos, mas nem tão popular no resto da América.