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Rio muda contrato e gastará 183% mais por desmontagem de arena olímpica

Renato Sette Camara/Divulgação
Desmontagem da Arena de Handebol custará duas vezes mais que o previsto imagem: Renato Sette Camara/Divulgação

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

A prefeitura do Rio de Janeiro alterou seus planos para desmontagem da Arena de Handebol da Olimpíada de 2016 e construção de quatro escolas municipais com o material do ginásio. Por conta disso, vai gastar quase duas vezes mais do que o inicialmente previsto para execução dos mesmos serviços. O projeto, que custaria R$ 37,9 milhões, agora consumirá R$ 107,2 milhões --aumento de 183%. 

A desmontagem da Arena de Handebol e a construção das escolas haviam sido incluídas no contrato para a montagem do ginásio olímpico temporário assinado pela administração municipal ainda em 2013. Acontece que, no final de 2015, a prefeitura alterou o acordo para que a construtora da arena, a Dimensional Engenharia, não precisasse mais trabalhar após a Rio-2016. 

Com a redução das obrigações da construtora, o valor que a prefeitura pagaria a empresa caiu R$ 37,9 milhões. Passou de R$ 178 milhões para R$ 140,1 milhões justamente porque a companhia não ficaria mais responsável pelo projeto de legado elaborado pelo município para a estrutura da arena olímpica.

Esse mesmo projeto foi incluído no mês passado na licitação que selecionará uma empresa para administrar o Parque Olímpico do Rio pelos próximos 25 anos. De acordo com o edital da concessão, a vencedora da licitação é quem terá que desmontar e construir as escolas com as peças da Arena de Handebol. Pelos serviços, vai receber R$ 107,2 milhões –R$ 69,3 milhões a mais do que o município pagaria à Dimensional.

A prefeitura foi questionada pelo UOL Esporte sobre a diferença nos preços do mesmo serviço. Ratificou que o contrato com a Dimensional mudou após o município excluir do acordo a desmontagem da arena e a construção das escolas, além de incluir um aumento do escopo da obra e do prazo de operação do ginásio. Já levando em conta correções monetárias posteriores, a administração municipal pagou R$ 147,4 milhões à empresa.

Já sobre a inclusão do projeto de legado na licitação do Parque Olímpico, a prefeitura limitou a informar que ela "se baseou em projetos elaborados com a arena já construída e exposição dos critérios de reaproveitamento e montagem”.

Arquitetura nômade

A Arena de Handebol, também chamada de Arena do Futuro, fica no Parque Olímpico do Rio. Ela foi projetada especialmente para que fosse construída com peças que, depois da Rio-2016, pudessem ser usadas para a construção de escolas municipais. A obra, portanto, segue conceitos de arquitetura nômade.

O Parque Aquático da Rio-2016 é outro ginásio da Olimpíada que será desmontado. Sua estrutura e piscinas serão utilizadas para construção de outros dois estádios de natação menores, os quais serão erguidos na região metropolitana do Rio. A futura administradora do Parque Olímpico também realizará essas obras. Receberá outros R$ 59,1 milhões pelas obras.

A licitação do Parque Olímpico está marcada para o próximo dia 21. Inicialmente, a concorrência seria realizada em agosto, ainda antes do início da Rio-2016. Mudanças no edital adiaram a entrega de propostas de companhias interessadas no negócio.

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