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Piscina da Rio 2016 vai a Manaus substituir outra, em reforma por R$ 7 mi

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Nadadores em uma das piscinas da Rio 2016: estruturas serão levadas para Manaus e Salvador imagem: UOL

Aiuri Rebello

Do UOL, em São Paulo

A reforma da piscina oficial da Vila Olímpica de Manaus começou em meados de 2015 e hoje, apesar de parados desde o início do ano, os trabalhos avançaram. A piscina antiga foi demolida, o buraco na terra ajustado e toda a estrutura da caixa de concreto da nova piscina, assim como dos vestiários, está pronta. Falta o revestimento e a parte hidráulica.

Até agora foram gastos cerca de R$ 600 mil do valor total previsto de R$ 7 milhões para o projeto, que inclui ainda a readequação da piscina semiolímpica e a de saltos ornamentais, além da construção de um ginásio de lutas (a maior parte da verba porém, é para a piscina olímpica). O dinheiro é proveniente de um convênio firmado entre o governo do Amazonas e o Ministério do Esporte ainda em 2013, antes dos Jogos Olímpicos. A previsão de reinauguração do espaço, após alguns atrasos, era ainda em 2016, mas os planos mudaram.

O projeto aprovado, os recursos liberados, a obra iniciada e a piscina olímpica da Vila Olímpica interditada há mais de um ano não impediram o governo do Amazonas e o Ministério do Esporte de ter uma nova ideia: na terça-feira (1) foi anunciado em Brasília que uma das piscinas utilizadas da Olimpíada do Rio, encerrada no início de agosto, vai ser transportada até Manaus, a cerca de 2.850 quilômetros de distância (em linha reta). A operação deve levar um ano.

Ela será a nova piscina de natação da Vila Olímpica no lugar da que está em obras. Além disso, o Amazonas ainda vai herdar 10 blocos de largada e a caldeira de aquecimento.

Transporte será feito pela Aeronáutica

A piscina e os equipamentos foram doados pelo Ministério do Esporte, e a operação de transporte e instalação da nova estrutura contará com uma legítima logística de guerra da Aeronáutica. Em contrapartida, o governo do Amazonas irá arcar com cerca de R$ 48 mil de custo do transporte. A Aeronáutica ainda irá custear também a montagem e a homologação da Fina (Federação Internacional de Natação).

Para a Secretaria de Estado da Juventude e Lazer do Amazonas, não haverá prejuízo com a mudança de curso. Segundo a assessoria de imprensa da pasta, o projeto original de reforma incluía os vestiários e as outras piscinas. Isto tudo será mantido, e apenas o projeto da piscina olímpica terá de ser adaptado para contemplar a nova estrutura que virá do Rio de Janeiro. De acordo com a secretaria, a obra está parada desde o final de janeiro por entraves burocráticos causados pela troca dos secretários de governo.

Apesar disso, a secretaria de esportes admite que terá de demolir pelo menos duas das paredes da caixa de concreto da piscina olímpica já construída, para refazê-la com um recuo interno de dois metros, necessário para passar a tubulação hidráulica e de aquecimento da nova piscina. Um local para a caldeira de aquecimento também terá ser providenciado.

A pasta do esportes do Amazonas afirma que os R$ 7 milhões inicialmente previstos na reforma serão utilizados na adequação de outros espaços e aquisição de equipamentos para a Vila Olímpica. Uma parte não calculada ainda será usada para demolir e refazer parte da obra já pronta.

“Há dois meses venho conversando diretamente com o secretário de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, Luiz Lima, e após constantes reuniões hoje recebemos a definição que Manaus será contemplada com este legado olímpico", afirmou a jornalistas no dia do anúncio o secretário dos esportes do Amazonas, Fabrício Lima.

“É bem emblemático levar essa piscina para Manaus e algo maravilhoso para o Ministério, pois todo o equipamento já chega à cidade com uma história, pois nesta piscina os recordes foram batidos e ídolos nadaram", afirmou por sua vez o secretário de Alto Rendimento.

Vila ficará pelo menos dois anos sem piscina olímpica

De acordo com o Ministério do Esporte, esta e outras duas piscinas olímpicas utilizadas na Rio 2016 foram adquiridas pela Unifa (Universidade da Força Aérea) por R$ 17,8 milhões com dinheiro da pasta. Neste valor, está prevista a montagem da estrutura para a competição, desmontagem, transporte e remontagem em novo local.

Além De Manaus, Salvador irá receber uma das piscinas. O destino da terceira estrutura ainda não foi definido. Outras duas piscinas olímpicas ficaram com a Prefeitura do Rio de Janeiro.

Sobre a obra já iniciada na piscina da Vila Olímpica, a assessoria de imprensa do Ministério do Esporte afirma que ela previa a reforma da piscina olímpica, da semiolímpica e da de saltos ornamentais, além dos vestiários e a construção de um ginásio de lutas. Até agora o ministério liberou R$ 1,5 milhão do total de R$ 6 milhões que empenhou no projeto -- o R$ 1 milhão restante do convênio é investido pelo governo do Estado.

A piscina de última geração doada à Vila Olímpica de Manaus vale R$ 5 milhões. Com 50 metros de comprimento por 25 metros de largura e dois metros de profundidade, será desmontada e dividida em sete contêineres para ser levada a Manaus.

A conclusão do transporte e da montagem está prevista para até agosto do ano que vem. Assim, a Vila Olímpica ficará dois anos sem piscina de natação. De acordo com a Federação Amazonense de Desportos Aquáticos, cerca de 500 jovens atletas e crianças tem aulas de natação e treinam no local.

Em junho o governador do Amazonas, José Melo (Pros), anunciou que a reforma total da Vila Olímpica de Manaus vai custar R$ 14 milhões. No local também será construído o Centro de Tiro com Arco e, neste ano, foi inaugurado o Centro de Ginástica, um dos mais sofisticados do país.

Em janeiro Melo e seu vice, Henrique Oliveira (SD), foram cassados pelo TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas). Melo foi condenado por participar de um esquema de compra de votos na eleição de 2014, recorreu e conseguiu ficar no cargo até o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidir definitivamente a questão.

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