! Lipe vive sonho e simboliza vitória emocional do Brasil no vôlei masculino - 21/08/2016 - UOL Olimpíadas

Vôlei

Lipe vive sonho e simboliza vitória emocional do Brasil no vôlei masculino

Guilherme Costa, Gustavo Franceschini e Leandro Carneiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

O ponteiro Lipe, 32, incluiu técnicas de mentalização em sua preparação para a Rio-2016. Quando pensava no roteiro perfeito, revia na cabeça a decisão de Atenas-2004, quando o Brasil bateu a Itália e obteve o da medalha de ouro no vôlei masculino. Neste domingo (21), tudo foi melhor do que ele imaginava. Símbolo de uma reação emocional na seleção comandada por Bernardinho durante as Olimpíadas, o jogador teve seu nome gritado pelo público presente no Maracanãzinho durante a vitória sobre a Itália, na decisão da Rio-2016. Correspondeu com elementos que o caracterizam: vibração, energia e ataques potentes. Adicionou ainda o ponto vitorioso em um bloqueio no terceiro set.

A presença de Lipe nos Jogos Olímpicos chegou a estar ameaçada. O ponteiro teve temporada marcada por problemas físicos, mas sobreviveu aos cortes feitos por Bernardinho no elenco. Na última redução da lista, o treinador preferiu manter o jogador e abriu mão do experiente Murilo, que também convivia com limitações decorrentes de uma lesão.

Adepto de técnicas de mentalização desde a época em que estava nas categorias de base, Lipe começou a fazer um trabalho voltado para a Rio-2016 antes mesmo de saber que estaria na lista final de Bernardinho.

Veja lances da vitória do Brasil e a premiação

Não foi por concentração ou foco, contudo, que o jogador mudou a história do Brasil no vôlei masculino da Rio-2016. Lipe começou a competição como reserva de Maurício Borges, 27, ponteiro que tem mais característica de passe. Ganhou a posição contra a França, na partida derradeira da fase de grupos, quando a seleção anfitriã precisava vencer para escapar de uma eliminação precoce.

Conhecido por ser um atacante de muito mais vigor do que técnica, Lipe representou ali o que o Brasil mais precisava: um segundo coração. Adicionou à equipe uma carga de vibração que até então era praticamente exclusiva do líbero Serginho, 40. Além disso, contribuiu para melhorar o aproveitamento dos donos da casa no saque e deu até volume no fundo de quadra, algo que não está entre suas principais características.

Nas quartas de final, porém, Lucarelli sofreu uma lesão. O principal atacante do Brasil na ponta passou a jogar sem condições ideais, e nas partidas seguintes isso aumentou a demanda de Lipe também no ataque.

Todo esse repertório construiu a atuação de Lipe neste domingo. O ponteiro apareceu mais no ataque do Lucarelli, contribuiu na defesa e vibrou. Vibrou muito. Em uma cena que se tornou característica durante os Jogos, por exemplo, deixou a quadra no início do segundo set, gritou de forma efusiva e abraçou Serginho como um simples ponto valesse o ouro.

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