! Rio-2016 se despede com Carnaval e entrega Jogos a Japão de Mario Bros - 21/08/2016 - UOL Olimpíadas

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Rio-2016 se despede com Carnaval e entrega Jogos a Japão de Mario Bros

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

A cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro apostou no samba e em muita música nordestina. Neste domingo (21), o Maracanã se encheu de referências à cultura brasileira e, com muito carnaval, a Rio-2016 entregou, oficialmente, a bandeira olímpica para Tóquio, cidade que sediará a próxima edição.

No momento de mostrar um pouco do que está por vir em 2020, o Japão apostou nos principais personagens animados do país. O primeiro-ministro Shinzo Abe apareceu no palco do Maracanã vindo de um “cano” e vestido de Mario Bros.

Norte e Nordeste têm destaque nas “culturas do Brasil”

REUTERS/Fabrizio Bensch
imagem: REUTERS/Fabrizio Bensch

Durante a cerimônia, diversas referências à cultura brasileira foram vistas pelo Maracanã. O destaque, no entanto, foi a maior utilização de músicas típicas do Norte e Nordeste do país. Na festa de abertura, as canções cariocas tomaram conta.

Na passagem das delegações pelo palco, diversas músicas regionais eram tocadas, em especial o frevo. Mais tarde, uma série de referências aos trabalhadores artesanais do país se encaminhou para uma homenagem a Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, com a música “Asa Branca”.

A canção marcou o momento de maior interação do público com a festa, que se levantou para acompanhar os bailarinos dançando forró no palco.

As maiores citações culturais cariocas foram vistas logo no início da festa. Pessoas fantasiadas de araras azuis formavam pontos característicos do Rio de Janeiro, como os Arcos da Lapa, Cristo Redentor e o Ponto de Açúcar. No fim, elas se transformaram nos anéis olímpicos.

Mario Bros. vem ao Rio

STOYAN NENOV/REUTERS
imagem: STOYAN NENOV/REUTERS

Assim que recebeu a bandeira olímpica, o Japão assumiu o comando da festa e exibiu um vídeo com personagens característicos do país tentando chegar ao Rio de Janeiro. Tsubasa, do “Supercampeões”, chutou a bola que chegou a Mario Bros., tradicional personagem dos jogos da Nintendo.

O encanador, então, entrou em um túnel em Tóquio em direção ao Brasil. E foi no meio do Maracanã que ele apareceu. Mas não o desenho. Quem se vestiu de Mario Bros. para marcar presença na festividade foi Shinzo Abe, o primeiro-ministro do Japão.

Para apresentar o que está por vir em 2020, Tóquio apostou em muita tecnologia e exaltação à cultura japonesa.

Chuva apaga a pira olímpica

David Ramos/Getty Images
imagem: David Ramos/Getty Images

Presente durante toda a cerimônia, a chuva teve um papel especial na parte final. Um temporal artificial foi responsável por apagar a pira olímpica, no momento em que Mariene de Castro cantava “Pelo Tempo que Durar”, de Marisa Monte e Adriana Calcanhoto. Ao mesmo tempo, na Candelária, no centro da cidade, a "Pira do Povo" também se apagava.

E acabou em samba...

AFP PHOTO / Martin BERNETTI
imagem: AFP PHOTO / Martin BERNETTI

Com o fim do fogo olímpico, o Maracanã foi tomado pelo carnaval de rua carioca. "Cidade Maravilhosa" e outras tradicionais marchas conduziram o penúltimo ato dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O último seria o entrar das escolas de samba do Rio, conduzidas pelo gari Sorriso e a modelo Izabel Goulart, transformando o estádio na Sapucaí, palco dos desfiles do carnval carioca.

Santos Dumont abre a festa

Reprodução de TV
imagem: Reprodução de TV

Assim como aconteceu na abertura, Santos Dumont foi lembrado na festa de encerramento. Dessa vez, porém, a referência não foi o avião 14 Bis, mas o fato de ele ter sido a primeira pessoa a usar um relógio de pulso. Encenado pelo ator Tuca Andrada, Santos Dumont deu início à contagem regressiva para o início da festa.

Martinho da Vila faz a primeira apresentação musical

Junto com suas três filhas e uma neta, Martinho da Vila comandou a primeira atração musical da note. Em tributo a Pixinguinha, Braguinha e Noel Rosa, Martinho cantou as músicas “Carinhoso” e Pastorinhas”. Na sequência, 27 crianças, representando os 26 Estados da Federação e o Distrito Federal, cantaram o hino nacional brasileiro.

No momento em que as bandeiras foram hasteadas, Maria Esther Bueno, um dos maiores nomes do tênis nacional, foi a responsável por conduzir a do Brasil. A festividade contou com um pequeno problema no hasteamento da bandeira brasileira, com ela subindo rápido na parte final do hino nacional.

Discurso de Nuzman vira "guerra de torcidas"

Pascal Le Segretain/Getty
imagem: Pascal Le Segretain/Getty

Quando Carlos Arthur Nuzman subiu ao palco para discursar, o público perto do local passou a brigar por um espaço para exibir suas bandeiras. Atrás do presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), bandeiras do México, Alemanha, Espanha, Brasil e até de uma torcida organizada do Corinthians foram vistas.

Em seu discurso, Nuzman disse ter orgulho da realização dos Jogos e afirmou que “o Rio de Janeiro fez história”. “Quando ganhamos os Jogos, eu disse que o Rio faria história. Agora, eu repito, sete anos depois: o Rio fez história para sempre”, afirmou.

“Foram anos de muita luta, muito trabalho. Mas valeu a pena, cada minuto, cada segundo, cada dia, cada ano. Graças a vocês. Fazer os jogos no Rio foi um grande desafio – um desafio realizado com sucesso”.

Depois de Nuzman, Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, pegou o microfone para declarar os Jogos, oficialmente, encerrado. No momento em que a frase foi dita, um grande “ahhh” de lamento foi ouvido do público presente no Maracanã.

Eduardo Paes é vaiado

REUTERS/Stefan Wermuth
imagem: REUTERS/Stefan Wermuth

Durante a cerimônia de entrega da bandeira olímpica, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi vaiado pelo público do Maracanã. O protesto aconteceu assim que o político foi chamado ao palco para a festividade. Ele tinha a missão de passar a bandeira olímpica para Thomas Bach, presidente do COI, que entregaria para Yuriko Koike, governadora de Tóquio, próxima cidade que receberá os Jogos.

O evento não contou com a presença do presidente interino Michel Temer. Vaiado na abertura, ele desistiu de comparecer ao encerramento. Em seu lugar Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, teve a missão de representar o Governo no evento. Diferentemente do ocorrido com Temer, Maia não recebeu vaias por parte do público presente no Maracanã.

Isaquias comanda a delegação brasileira

Ezra Shaw/Getty Images
imagem: Ezra Shaw/Getty Images

O desfile das delegações foi diferente do ocorrido na abertura. Todas as bandeiras entraram juntas, com os atletas se misturando dentro do Maracanã. A versão mais “simples” é tradicional em cerimônias de encerramento. O evento contou com muita música regional, como o frevo, enquanto as delegações cruzavam o Maracanã. Sob forte chuva, alguns atletas preferiram deixar o palco após o desfile, ao invés de sentar para acompanhar até o final.

Destaques na Rio-2016, Isaquias Queiroz e Simone Biles ficaram responsáveis por serem os porta-bandeiras de Brasil e Estados Unidos, respectivamente. O brasileiro conquistou três medalhas (duas pratas e um bronze) na canoagem, enquanto a norte-americana faturou quatro ouros e um bronze na ginástica.

E se Renaud Lavillenie, do salto com vara, ficou marcado pelo mau-humor, o mesmo não se pode dizer de Teddy Riner, francês campeão do judô. Assim como a maior parte da delegação francesa, o lutador se mostrava muito animado na despedida da Rio-2016. Em comparação com a abertura, no entanto, o público interagiu bem menos.

O pódio mais tradicional

FABRICE COFFRINI/REUTERS
imagem: FABRICE COFFRINI/REUTERS

Como é tradição nas festas de encerramento, os medalhistas da maratona masculina foram premiados durante o evento. Autor de um protesto contra o governo da Etiópia na linha de chegada, Feyisa Lilesa, medalhista de prata, não repetiu o gesto durante a cerimônia.

Cerimônia conta com cadeiras vazias

Jae C. Hong/AP
imagem: Jae C. Hong/AP

A cerimônia de encerramento não teve o mesmo apelo junto ao público quanto a abertura. Se o evento do primeiro dia dos Jogos lotou o Maracanã, a despedida da Rio-2016 contou com diversos lugares vazios no estádio carioca. A maior parte de cadeiras desocupadas se encontravam no meio do campo, local com os ingressos mais caros.

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